A banda Comando Nuclear já tem um nome bem forte no meio Underground, apesar de não ter condições – em razão do trabalho de seus integrantes – de fazer grandes turnês em território brasileiro. A banda surgiu em 2004, e pode ser considerada uma das responsáveis pelo ‘boom’ de bandas novamente cantando em português. Em 2011, após seis anos sem lançar nada, a banda colocou no mercado seu segundo álbum de estúdio, “Guerreiros da Noite”, que continuou a saga da banda em fazer excelentes álbuns, afinal conseguiu superar a qualidade de seu ‘debut’ álbum “Batalhão Infernal”. Mas nem só de conquistas é feita a carreira do Comando Nuclear, afinal passou por mudanças em sua formação recentemente e, antes do lançamento do seu segundo álbum, teve problemas com a prensagem. Tudo isso foi revelado na entrevista a seguir, respondida pelo vocalista Ron Cygnus. Recife Metal Law – Inicialmente a banda surgiu com o nome de Enforcer. O intuito de fazer as músicas em português foi o que os fizeram mudar o nome da banda para Comando Nuclear?
Ron Cygnus – Foi um processo natural. Quando o Enforcer foi formado, o foco era compor músicas em inglês, além de alguns covers. Quando surgiu a ideia de compormos em português, alguns meses depois, e também por já existir diversas bandas chamadas Enforcer, decidimos trocar de nome. Comando Nuclear foi a primeira música composta e finalizada. Achamos que se encaixaria bem como nome da banda e assim ficou decidido (não sem antes perguntarmos para amigos mais próximos o que eles achavam, com total aprovação).
Recife Metal Law – O primeiro álbum da banda foi o excelente “Batalhão Infernal” (2006), o qual serviu para firmar o nome da banda no meio Underground. Nessa época muitas bandas estavam fazendo um som mais ‘old school’ e cantado em português. Como foi a receptividade e divulgação desse primeiro álbum?
Ron – Tivemos uma ótima receptividade, tanto com relação aos shows como em relação às resenhas em revistas, fanzines e rádios. Fizemos bons shows, inclusive alguns fora do Estado de São Paulo, e fomos super bem recebidos por onde passamos. Na época que começamos não existiam tantas bandas cantando em português. Talvez Flageladör do Rio de Janeiro e uma ou outra daqui de São Paulo, que conhecíamos. Dessas, somente Flageladör estava mais na ativa, gravando e lançando Demos e EPs. Então meio que pegamos esse recomeço. Até acabamos sendo considerados como uma das bandas que reiniciou esse ‘boom’, o que, claro, nos deixa extremamente felizes e orgulhosos por fazermos parte disso.
Recife Metal Law – Tendo lançado um álbum tão bom, o qual atraiu um bom número de admiradores, houve algum tipo de pressão para que se compusessem músicas que causassem maior impacto para o próximo álbum?
Ron – De forma alguma. Sempre compomos e criamos o que gostamos e curtimos, sem pressão para soar mais isso ou mais aquilo. A música é nossa forma de expressão. Compomos pra nós mesmos, sem nos preocuparmos se está mais Thrash, mais Heavy, se algum dedilhado mais lento fará um ou outro torcer o nariz ou coisa parecida. E como somos uma banda independente, com discos lançados por gravadoras também independentes, não há pressão de nenhuma parte. Claro que temos a preocupação de melhorarmos como músicos e na produção de um novo disco, o que é algo natural. Nessa parte realmente sentamos e falamos: precisamos de uma melhor produção, investir, mesmo que demore um pouco mais que o previsto. Mas nada além do natural.
Recife Metal Law – O novo álbum recebe o título de “Guerreiros da Noite”. Olhando a imagem da capa e algumas letras, somos de cara remetidos ao filme The Warriors (1979, EUA), o qual recebeu o título no Brasil de “Selvagens da Noite”. Por que colocar esse título no novo álbum?
Ron – Exatamente por causa do filme. Quando o Rodrigo (baixista) escreveu a letra da “Guerreiros da Noite”, ele se baseou exatamente no filme, no qual somos fãs. Mas para diferenciar um pouco, ele optou por mudar o nome. Aliás, cá entre nós, eu acho que “Guerreiros” soa melhor que “Selvagens”. Fora que o nome do filme original é realmente “The Warriors” (“Os Guerreiros”, em português), então encaixou perfeitamente. Quanto a capa, a ideia era exatamente essa, inclusive com alguns detalhes que remetem ao filme, e o Márcio Aranha fez um excelente trabalho.
Recife Metal Law – Algumas bandas de Natal/RN já fizeram suas letras se baseando na história desse filme. Seyfer, Comando Etílico e ThunderSteel são exemplos. Vocês conhecem tais bandas?
Ron – Conhecemos a Comando Etílico, que, aliás, são nossos amigos de longa data. A ideia é um dia juntarmos ambas as bandas para fazermos uma tour dos “Comandos”. (risos) As outras duas bandas conhecemos de nome e já ouvimos, mas não temos contato. Na verdade a música “Guerreiros da Noite” foi composta entre 2006 e 2007, ou seja, das músicas desse disco, foi a segunda música composta, se não me engano. Quanto ao filme, não tem como fugir. É Metal demais! Certos filmes e assuntos caminham lado a lado com o Heavy Metal, portanto é difícil ignorá-los.
Recife Metal Law – Voltando a falar sobre a capa, assim como no primeiro álbum apareceram quatro espécie de guerreiros infernais, nos remetendo ao título dos álbuns (“Batalhão Infernal” e “Guerreiros da Noite”). Esses quatro espécimes remetem aos integrantes da banda ou são apenas mascotes?
Ron – Sim, primeiramente eles foram criados remetendo aos integrantes que gravaram ambos os discos. Agora que somos um quinteto eu não sei como faremos. Provavelmente no próximo colocaremos mais um na turma. (risos) O que evidencia mesmo são os detalhes de cada esqueleto. Além disso, eles representam mesmo o “Batalhão Infernal” e os “Guerreiros da Noite”. É a mesma trupe. (risos)
Recife Metal Law – Analisando as letras contidas no novo álbum, não existe uma ligação com maldade ou incitação a violência, e “Sombras do Passado” pode ser considerada uma letra que fala sobre persistência e sobre lembrar-se do passado, viver o presente, mas sempre pensando no futuro. O que vocês quiseram transmitir com as letras do novo álbum?
Ron – A gente não tem pretensão alguma de soar político ou passar alguma mensagem de salvar o mundo ou coisa parecida. Nossas letras, em sua maioria, falam sobre o que gostamos, o que lemos, assistimos, pensamos e sobre o Heavy Metal. Apesar disso, algumas soam mais maduras, no sentido de passar uma mensagem positiva, e são essas que temos recebido mais elogios. Isso também faz parte do amadurecimento da banda. “Sombras do Passado”, em particular, fala sobre viver o presente mais intensamente, esquecer os problemas do passado e aproveitar a vida da melhor forma possível. Muitas pessoas acabam ficando presas em problemas que ocorreram no passado e acabam deixando a vida passar diante de seus olhos sem aproveitá-la realmente. É uma letra positiva, um apelo para esquecermos tudo de ruim que o passado nos proporcionou e focarmos no presente e no futuro.
Recife Metal Law – Devo confessar que quando ouvi o novo álbum fiquei espantado com sua qualidade. As músicas mantêm as características encontradas no álbum de estreia, porém trazendo um pouco mais de ‘punch’ e ‘feeling’, em músicas que são uma ode ao Heavy Metal. Como vem sendo a receptividade do público Headbanger a “Guerreiros da Noite”?
Ron – Primeiramente obrigado pelo elogio. É exatamente essa a ideia do novo álbum, soarmos como o Comando Nuclear, mas com mais ‘feeling’, explorando mais nossas próprias influências, sejam elas Thrash, Heavy ou hard (ou qualquer outra coisa que você puder encontrar – risos). E saiu um álbum bem variado, que tanto um fã de Thrash quanto um fã de Heavy pode ouvir e curtir, o que nos deixou extremamente satisfeitos. A receptividade está sendo a melhor possível. Conseguimos alcançar ainda mais pessoas com esse disco, além de fazer shows em lugares que não tínhamos conseguido tocar ainda. Algumas músicas estão sendo pedidas e cantadas inteiramente pela galera. Isso é o retrato que acertamos a mão, e ficamos realmente gratos e felizes por isso.
Recife Metal Law – Entre minhas músicas preferidas, no novo álbum, estão “Guerreiros da Noite”, “Sombras do Passado” e “Matar ou Morrer”. Quais músicas estão tendo maior respaldo perante o público e quais são aquelas que a banda mais gosta de tocar ao vivo, isso com relação ao novo álbum?
Ron – Do novo álbum, as duas músicas que o pessoal mais pede, sem dúvida, são “Ritual Satânico” e “Sombras do Passado”. Ambas são muito bem recebidas pelo público e cantadas inteiramente. O interessante é que essas duas músicas são as que mais gostamos de tocar também, além da “Guerreiros da Noite”. Infelizmente a “Matar ou Morrer” temos que deixar de fora de alguns shows por causa do tempo de ‘set’, mas também é uma das minhas preferidas.
Recife Metal Law – O álbum tem início com a intro “L11705”, na verdade alguns ruídos de uma pessoa entrando num carro, sintonizando uma rádio e fugindo da polícia. Qual o intuito dessa intro o que significa o seu título?
Ron – O título da música foi sugerido pelo Rodrigo (baixista) e é exatamente o número da lei que proíbe o motorista de consumir bebidas alcóolicas e dirigir. A ideia da introdução é exatamente essa. Por isso que no início temos uma pessoa bebendo cerveja, amassando uma latinha, saíndo de carro de forma imprópria e sendo perseguido pela polícia.
Recife Metal Law – Em um bate papo informal com o Rodrigo Exciter fiquei sabendo que um álbum do Comando Nuclear terá uma versão em vinil. Esse álbum é o “Guerreiros da Noite” ou será um novo trabalho?
Ron – Na realidade estamos com a ideia de lançarmos nossos dois álbuns em vinil. Estamos em conversações com uma gravadora para que isso se torne realidade. No momento não podemos divulgar muita coisa porque estamos naquele processo de negociação, contrato e tudo mais. Só podemos dizer que será lançado.
Recife Metal Law – Após o lançamento de “Guerreiros da Noite”, foi anunciada a saída de um dos membros fundadores do Comando Nuclear, o guitarrista Filippe Lawmaker. Perder um membro não é coisa nada fácil, ainda mais quando ele faz parte da banda desde o seu início. Como vocês conciliaram a saída de Filippe da banda com a rotina de shows e ensaios?
Ron – Inicialmente, com a saída do Filippe, nossa maior preocupação foi encontrar algum substituto para cobrir os shows que estavam marcados, pois estávamos começando a bateria de shows de divulgação do novo disco. Tivemos sorte de termos encontrado dois guitarristas, que já haviam tocado juntos em outra banda, para cobrir. Ambos deram conta do recado, pegaram as músicas rapidamente e em poucos ensaios. Aconteceu tudo tão naturalmente e sem problema que eles acabaram entrando em definitivo na banda. Foi basicamente um teste para ambos e ocorreu tudo bem. Portanto acabamos não mudando muito a nossa rotina de shows e ensaios, o que foi ótimo, visto que não perdemos muito tempo.
Recife Metal Law – Um tempo após a saída de Filippe foi anunciada a entrada dos guitarrista Eric Würz e Rex. A banda sempre trabalhou com uma guitarra, então qual a razão para se colocar, agora, dois guitarristas? O que isso mudará na banda?
Ron – Na verdade eu e o Rodrigo (baixista) sempre pensamos em incluir um segundo guitarrista, afinal, somos fãs de duetos de guitarra, e nos shows o som ficaria mais cheio, forte. Isso só não ocorreu antes porque o Filippe sempre se mostrou mais a vontade tocando sozinho. E isso funcionou muito bem, estávamos contentes como as coisas estavam soando. Quando o Filippe decidiu sair, achamos que seria a hora ideal para fazermos isso acontecer. Sobre as mudanças, soamos mais pesados e cheios ao vivo agora. Para o próximo disco, teremos duetos, mais solos, um trabalho maior de duas guitarras e maior liberdade de criação e execução das músicas nos shows.
Recife Metal Law – “Guerreiros da Noite” foi remetido para a sua prensagem no ano passado, porém a fábrica (Fonomídia) vetou sua fabricação, alegando que “faz parte das normas da empresa não fabricar produtos com conteúdo que sugere apologia a violência, sacrifícios humanos e incitação a prática de contravenções”. Como vocês receberam tal notícia, um verdadeiro ataque a liberdade de expressão?
Ron – Na verdade não era a fábrica e sim uma assessoria fonográfica, que estava cuidando da parte burocrática para que o CD chegasse até a fábrica com todos os detalhes corretos, contrato, numeração, parte gráfica e coisas do tipo. Achamos um verdadeiro absurdo, ainda mais porque boa parte do dinheiro já havia sido pago para eles. Isso fez com que atrasasse o lançamento do CD por pelo menos três meses, já que tivemos que contratar outra empresa para fazer esse trabalho, recomeçar, refazer os contratos e tudo mais. Não sei o que se passa na cabeça das pessoas de pegar uma letra fictícia e achar que realmente praticamos isso. Outra coisa, eles não avisaram a gente, em momento algum, que não trabalhavam com bandas que possuiam tais tipos de letras. Fomos pegos de surpresa. Ridículo, para não falar outra coisa.
Recife Metal Law – Depois de tal notícia, obviamente, fica uma ponta de revolta, afinal estamos cansados de ver/ouvir apologia a prostituição, drogas, pedofilia, etc., na maioria da “música popular brasileira”...
Ron – Exatamente! Aposto que no portfolio dessa empresa há CDs com letras bem piores, com apologia a tudo quanto é coisa. Eu realmente acho que a música “Ritual Satânico”, a citada como apologia, ofendeu, de alguma forma, algum fanático religioso da empresa. Só isso explica. Acontece que quando a pessoa é cega demais, ela não consegue separar o jóio do trigo, a verdade da ficção. E aí ocorre esse tipo de bizarrice: somos acusados de fazer apologia à violência e sacrifícios humanos. Aguenta aí que vou tirar a moreninha que estou cozinhando do fogo... (risos)
Recife Metal Law – A banda já fez alguns shows na região nordestina, mas existe a possibilidade de o Comando Nuclear cair na estrada para uma turnê de mais datas na região Nordeste?
Ron – Seria realmente maravilhoso se conseguíssemos conciliar nossos trabalhos com uma turnê mais duradoura. Infelizmente todos nós possuímos trabalhos fixos, ou seja, não vivemos de música. Turnês extensas, passando por diversas cidades em diversas semanas ou até meses não é algo tão simples para nós por causa dos nossos trabalhos. Claro que temos ideias de conciliarmos as férias de todos e durante um mês rodarmos toda região nordestina. Seria realmente excelente. Se surgir uma oportunidade, shows em vista, podemos sim tentar fazer isso acontecer. Na realidade é algo que temos pensado já tem algum tempo, então possivelmente em um futuro próximo a gente vai tentar realizar.
Recife Metal Law – Recentemente vocês registraram imagens para a produção de um vídeo clipe oficial para a faixa título do álbum “Guerreiros da Noite”. A quantas anda isso? O clipe já está disponível para apreciação dos bangers?
Ron – Sim, realmente gravamos um video clipe com a ajuda de alguns amigos. Temos muitas horas de gravação e precisamos sentar para editá-las de forma definitiva. Uma versão não finalizada foi divulgada no Youtube, mas acredito que atualmente não esteja mais disponível. Estamos com isso parado porque na verdade esse clipe não foi nada pensado, foi uma oportunidade que surgiu e abraçamos. No momento nosso foco é o terceiro CD e os shows de divulgação do “Guerreiros da Noite”, então é muito provável que a gente só lance em definitivo em algum futuro DVD, como bônus ou algo parecido. E tem outro porém, a formação do clipe não é mais a formação atual da banda, portanto envolvem outras partes também.
Recife Metal Law – Além de datas da tour a banda tem outros planos para o futuro?
Ron – Com certeza, e estamos trabalhando neles. Queremos lançar o terceiro álbum e estamos trabalhando em novas composições nesse momento. Além disso, temos planos de lançar um DVD também. Estamos filmando alguns shows para juntarmos material de qualidade para isso. Já temos um show no Rio de Janeiro e outro no Acre filmados. Também estamos em conversação para relançarmos os nossos dois álbuns em vinil, o que muita gente tem nos pedido, além do relançamento do “Batalhão Infernal” em CD, possivelmente com bônus e nova arte gráfica. Então temos muitos planos realmente.
Recife Metal Law – Em paralelo a divulgação do segundo álbum, o Comando Nuclear já está compondo coisas para um novo trabalho. Falem um pouco sobre isso...
Ron – No momento estamos compondo para o terceiro disco, sem nome definido ainda. Quando temos tempo, nos juntamos em estúdio para ver o que sai. Estamos com três músicas prontas e com ideias e riffs para mais duas pelo menos. Agora com dois guitarristas podemos trabalhar mais em duetos, melodias e solos. Quanto antes conseguirmos entrar em estúdio pra gravar esse terceiro disco, melhor. Mas faremos tudo com calma, não queremos apressar o andamento da coisa. Só não queremos também demorar mais quatro ou cinco anos para isso. Então acredito que até o final do ano teremos boas novidades.
Recife Metal Law – Como a proposta musical do Comando Nuclear é focada no Metal 80’s, gravar de forma analógica, registrado em fita ou algo similar, seria algo que com certeza iria contribuir muito na essência da sonoridade que a banda se propõe? Existe alguma ideia nesse sentido?
Ron – Na realidade a ideia da banda não é soar como uma banda dos anos 80. Claro que temos enormes influências daquela época, mas nossa proposta é não nos prendermos a isso. Queremos soar como Comando Nuclear. As pessoas podem dizer que parecemos banda X ou banda Y, ainda mais cantando em português, e isso é algo normal, afinal, são nossas influências, mas a ideia é não sermos uma cópia, não ficarmos presos. Queremos e acredito que temos uma identidade própria. Portanto isso não seria algo que faríamos para soar mais anos 80 ou coisa do tipo. Agora, como experiência, para saber como sairia a nossa música, com certeza seria algo bem legal e não descartamos. No início da banda, inclusive, conversamos sobre, mas optamos pelo modelo digital, que na época era mais fácil, rápido e barato. Sabe como é, banda começando, músicos terríveis... (risos) Quem sabe em algum futuro?
Recife Metal Law – O Comando Nuclear continua a sua luta, fazendo Heavy Metal como no início, em nosso país. Seria a banda a influência atual para as bandas que estão surgindo e que querem fazer um som nesses moldes?
Ron – Com certeza ficamos muito gratos quando alguém fala que somos influência e que formou ou está formando uma banda com letras em português porque ouviu a nossa música e curtiu. É algo que não imaginávamos que aconteceria quando criamos a banda. É muito gratificante. Na época que lançamos o “Batalhão Infernal”, muitas pessoas falavam pra gente que éramos um dos grandes responsáveis por esse ‘boom’ de bandas com letras em português. Até mesmo algumas bandas que estavam fora de cena, meio paradas ou esquecidas, acabaram reaparecendo nessa época, então sermos reconhecidos como uma das bandas que reiniciaram isso é algo indiscritível. Só temos que agradecer o reconhecimento de um trabalho que fazemos porque gostamos, com honestidade e amor pela música, em cair na estrada e pelos shows e troca de energia que ocorre com o público, as confraternizações. Isso não tem preço.