A banda Asfatix é relativamente nova, tendo surgido em 2009, porém já tem um álbum lançado, no mesmo ano de surgimento da banda e um DVD, bem como uma tour pela Europa. Em sua formação existe uma figura bem conhecida no meio mainstream, ou melhor, bem conhecido na mídia nacional, já que o guitarrista/vocalista Wally tocou no CPM 22. A banda, atualmente, parece estar numa espécie de “hibernação”, mas assim mesmo realizamos essa entrevista, onde o criador do Asfatix, Wally, nos fala um pouco à respeito da banda, algumas curiosidades e planos futuros.
Recife Metal Law – Sempre tive curiosidade em saber o que significa o nome da banda e de onde veio. Devo dizer que é Astafix é um nome de fácil assimilação e que soa muito bem.
Wally – Eu inventei o nome. Fiquei uns dois anos pensando em um nome para a banda. Quando veio à ideia do Astafix, vi que era o nome certo na hora.
Recife Metal Law – A banda é relativamente nova, porém já conta com dois lançamentos, sendo que o ‘debut’ álbum foi lançado no ano da formação da banda (2009). Antes de a banda ser formada, os seus músicos já ensaiavam juntos e criavam as músicas para um futuro lançamento?
Wally – Não, o Astafix começou como um projeto. Eu fiz as músicas e entrei em estúdio para gravá-las em 2007. Na época o Adriano Daga gravou a bateria, e o Brendan Duffey gravou algumas partes do baixo e alguns arranjos de guitarra. Depois disso é que montei a formação da banda que existe hoje. Costumo falar que o Astafix começou em 2009, porque foi a partir daí que começaram os shows e as atividades como banda, além do lançamento do “End Ever”. Mas em 2007 já estava rolando como um projeto.
Recife Metal Law – Você, Wally, ficou conhecido no Brasil por fazer parte do CPM 22. Por que sair de uma banda que, de certa forma, era bem rentável, para fazer algo voltado ao Metal?
Wally – Uma banda é tipo um casamento, quando você não aguenta mais estar ao lado daquelas pessoas e não pensa igual a elas, não tem nenhum dinheiro que te segure ali. E eu já tinha essa ideia de montar o Astafix há um bom tempo. Cresci ouvindo Metal e esse é o estilo que eu gosto de tocar.
Recife Metal Law – Voltando a falar sobre o álbum de estreia, ele começa com a violenta “Red Streets”, uma música tipicamente Thrash Metal, mesmo que contemporâneo, mas o seu decorrer (do álbum) é repleto de músicas mais cadenciadas e pesadas. Por que vocês decidiram por compor um álbum nesses moldes?
Wally – Quando estou compondo, deixo as músicas fluírem naturalmente. Então foi saindo assim. Quando gravei a Demo, achei legal esse contraste de música para música. O Astafix é assim, gosto dessa mistura de músicas rápidas com músicas mais arrastadas.
Recife Metal Law – O álbum conta com diversas participações, entre elas Andreas Kisser (guitarra em “Red Streets”), Paul X (baixo em “Cipher” e “The Havoc Clutch”) e Demian Tiguez (guitarra em “Seven” e “Drown Your World”). O que o motivou a chamar alguns convidados para fazer parte de “End Ever”?
Wally – Todos eles são grandes amigos, e também sou fã do trabalho de cada um deles. Como era o álbum de estreia achei que essa ideia de convidá-los ficaria bem legal. Todos detonaram em suas performances, e o resultado final ficou foda! Isso se reflete bem na energia do “End Ever”.
Recife Metal Law – A arte do álbum foi criada pelo renomado Gustavo Sazes. O que vocês acharam do resultado final da arte gráfica do primeiro álbum? Era realmente o que a banda procurava?
Wally – Ficou exatamente como eu queria. Quando liguei pra ele já passei as ideias que eu tinha em mente, e o resultado final agradou a todos.
Recife Metal Law – A produção de “End Ever” ficou a cargo do californiano Brendan Duffey, que atualmente trabalha no Norcal Studios, aqui no Brasil. Como vocês chegaram até o Brendan? Ele, além de cuidar de toda a produção sonora do álbum, ainda participou do álbum tocando guitarra em “Dead Forever” e “The Havoc Clutch”...
Wally – Conheci o Brendan em 2004, logo que ele se mudou para o Brasil. Ele estava fazendo um trabalho temporário em outro estúdio aqui de São Paulo, e quando trocamos ideias sobre música, rolou uma identificação muito grande entre a gente. Ele já estava com a ideia de abrir o Norcal Studios; dei a maior força pra ele, e também disse que gravaria meu projeto lá. Assim que o estúdio ficou pronto, nós começamos a gravar. Ele ajudou bastante pra gente chegar ao som do “End Ever”. Além de um grande amigo também é meu parceiro de composições. Fizemos algumas letras juntos, e duas músicas que estão no disco.
Recife Metal Law – Em 2011 a banda lançou o DVD “Live in São Paulo”, o qual conta com todas as músicas do primeiro álbum, exceto “Seven”. Por qual razão apenas essa música ficou de fora do ‘set’ que iria figurar no DVD?
Wally – É bem simples: tem músicas que não funcionam muito bem ao vivo, e essa é uma delas.
Recife Metal Law – O DVD, além do show regular, traz alguns bônus, como os dois clipes da banda, além de ‘making of’ de clipe e começo do Astafix. Como foi trabalhado o material para fazer parte desse DVD?
Wally – Depois que gravamos o show ao vivo, foi só juntar o material que já tínhamos, como os clipes e o ‘making of’. Já estava tudo na mão, só fizemos um pequeno documentário falando dos primeiros shows e tudo estava pronto.
Recife Metal Law – As imagens da filmagem do DVD são alternadas entre coloridas e em preto e branco. De quem foi a ideia de trabalhar as imagens do DVD dessa forma e por qual razão?
Wally – Eu tive essa ideia junto com o Benhur que fez a direção e edição das filmagens do show. Achei que ficaria mais legal essa mistura, e ficou bem interessante.
Recife Metal Law – Notei que do início da banda até dias atuais houve apenas uma mudança em sua formação. O que ocasionou a saída do baterista Adriano Daga do Astafix?
Wally – Falta de tempo para realizar os compromissos com a banda. Além de trabalhar como produtor e engenheiro de som no Norcal Studios (o que lhe consome a maior parte do tempo), ele também tem outros projetos musicais.
Recife Metal Law – Mesmo tendo apenas um álbum lançado, a banda já fez uma turnê pela Europa. Como foi a experiência de tocar no Velho Mundo? Por quantos países a banda passou e qual foi o saldo final da turnê?
Wally – Foi uma grande experiência, sem dúvidas. A estrutura é bem legal; sempre um equipamento bom, respeito pelos músicos... Tocamos em Portugal, Espanha, Alemanha, Bélgica, Holanda e Rússia. Foram 15 shows ao todo. O saldo final da tour foi bem positivo, fizemos bons contatos, recebemos convite para entrarmos em duas coletâneas, uma na Espanha e outra na Rússia.
Recife Metal Law – Já tem quatro anos que o único álbum do Astafix foi lançado, então é de se acreditar que a banda já tem novas músicas compostas. Poderiam nos adiantar algo a respeito?
Wally – Já temos algum material sendo trabalhado, mas sem data prevista para o lançamento do próximo álbum.
Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação