A banda brasileira de Heavy Metal Battalion surgiu em 2005, mas mesmo sendo, de certa forma, uma banda jovem, pratica um estilo nos moldes ‘old school’, ou seja, tradicional até o talo! A banda, que é formada atualmente por Fabiano Barbosa (bateria), Marcelo Fagundes (baixo/vocal) e Álvaro Santana (guitarra), lançou uma Demo (“Battalion”, 2007) e no ano passado chegou ao seu álbum de estreia, “Empire of Dead”, um verdadeiro achado para os fãs do Heavy Metal tradicional. O ‘debut’ foi lançado pela Kill Again Records e vem sendo bastante divulgado, inclusive com shows pela região da banda: Sul (a banda é oriunda de Itajaí/SC). Saibamos mais a respeito do Battalion... Recife Metal Law – Existem diversas bandas com o nome Battalion, dos mais variados estilos. Vocês fizeram uma pesquisa antes de colocar o nome da banda?
Marcelo Fagundes – Na verdade nem sabíamos da existência de outros ‘Battalions... Soubemos depois de algum tempo de banda, inclusive ouvi uma de Thrash Metal bem legal. Há também uma de Death Metal, mas ambas na Europa. No Brasil só existe nós com este nome. Na época nem nos preocupamos em pesquisar a respeito do nome, que foi sugerido pelo Fabiano (bateria), porque, para nós, ele era bem incomum. (risos)
Recife Metal Law – O primeiro lançamento do Battalion foi a Demo homônima, em 2007, ou seja, dois anos após a criação da banda. Devo considerar que as músicas só começaram a ser criadas quando da formação da banda ou já havia algum esboço criado por algum dos integrantes?
Marcelo – O Battalion já vem de outra banda, onde eu e Fabiano tocávamos, isso em 2000, no Rio Grande do Sul. Mas não gravamos nenhum registro. Em 2003 migramos para Santa Catarina, onde pensamos em algumas mudanças, incluindo no nome, que passou a ser Battalion em 2005. As músicas da Demo foram feitas entre 2003 e 2005, mas só em 2007 lançamos na Demo.
Recife Metal Law – Algo que notei é que desde a sua formação, apenas o posto de baixista vem sofrendo mudanças, inclusive recentemente. O que leva a tais mudanças justamente nesse posto?
Marcelo – Também queria entender isso (risos), pois no Rio Grande do Sul eu era apenas baixista; em 2002 decidi assumir a guitarra, e fiquei até 2013, quando decidi voltar para as quatro cordas. Cada baixista que passou pela banda foi uma situação diferente: o primeiro se afastou por motivos pessoais; o segundo e o terceiro entraram temporariamente, pois já tocavam em outras bandas; o quarto também envolveu motivos pessoais... Enfim, eu assumi o baixo e passei o posto de guitarrista ao Álvaro, que tem se saído muito bem, pois é um excelente guitarrista, apesar da pouca idade.
Recife Metal Law – O primeiro álbum recebe o título de “Empire of Dead”, e contém oito músicas forjadas no puro Heavy Metal tradicional, que deixará qualquer fã do estilo extasiado. É óbvio que num estilo como o de vocês as influências aparecem com clareza, mesmo assim a banda criou músicas que em momento algum podem ser consideradas cópia desta ou daquela banda. Como foi criar músicas tradicionais e trazer certa cara própria?
Marcelo – Foi um processo bem natural e espontâneo, pois ouço muito bandas dos anos 80. Sou fã insano daquela época Metálica. Ouço muito Iron Angel, Tyrant, Living Death, Piledriver, Muro, Exciter, Motörhead... Toco na linha de bandas que sempre fui fã, então para mim foi muito natural.
Recife Metal Law – Eu, como um grande fã do Heavy Metal tradicional, adorei o álbum por completo, mas músicas como “Steel Avenger” e “Battalion of Metal” merecem menção honrosa. Quais músicas deixaram vocês mais satisfeitos e quais aquelas que vocês mais gostam de tocar?
Marcelo – Estamos satisfeitos com todo o disco, mas, claro, tem músicas que você sente uma energia maior quando toca, como “Empire of Dead” e “Steel Avenger”. São duas músicas onde você sente toda a energia do show da noite e o público também sente isso. É demais ver todos ‘bangeando’ e no mosh a todo o momento.
Recife Metal Law – A música “Blood of Circle”, quase em seu final, contém riffs que lembram bastante os riffs da música “Crazy Train” de Ozzy Osbourne. Isso foi algo intencional?
Marcelo – De forma alguma! Na verdade nem tinha as comparado ainda. (risos) Mas quanto a Ozzy, gosto de alguns discos, porém não cito Ozzy como uma referência dessa música.
Recife Metal Law – Na primeira vez que ouvi esse ‘debut’, com os teus vocais, pensei se tratar de Vagner Fidelis, do Clenched Fist, tendo em vista que a impostação vocal de vocês são bem parecidas. Vocês não chegaram a pensar em convidar o Vagner para fazer participação em alguma música desse disco?
Marcelo – Esse cara tem um timbre de vocal muito foda, curto muito o som do Clenched Fist. Inclusive estive em São Paulo há um tempo e acabei encontrando ele em um bar. Conversamos bastante, bebemos umas cervejas por lá e isso é uma possibilidade interessante: convidá-lo para uma participação em uma música do Battalion. Seria uma honra para nós.
Recife Metal Law – A temática lírica contida em “Empire of Dead” é bem diversificada, passando por invasões pelo mar, batalhas e o próprio Heavy Metal. Existem temáticas predefinidas para se falar nas letras do Battalion?
Marcelo – Nós não costumamos planejar muito as coisas. Elas acontecem bem espontâneas, desde as letras até a parte instrumental. Eu me concentro mais nas melodias, as letras, quase que 100% delas, são escritas pelo Fabiano e, assim, o ataque do Battalion vai tomando forma.
Recife Metal Law – Não só as músicas seguem uma linha tradicional, já que a capa também nos leva a um registro gravado na década de 80, tendo em vista que foi desenhada à mão. Apresentar uma capa nesses moldes foi justamente para acentuar o estilo que a banda faz?
Marcelo – Sim, certeza. Nesse detalhe foi bem isso mesmo. A parte da arte fica com o Fabiano, que desenha muito bem, e ele sempre nos surpreende com uma nova arte. Este desenho foi o que mais se identificou com as músicas. Ficou perfeito!
Recife Metal Law – O CD trouxe, em suas 300 primeiras cópias, um belo pôster. De quem foi à ideia de presentear os bangers com tal pôster, da própria banda ou da Kill Again?
Marcelo – A ideia partiu do Rolldão (Kill Again Records), depois que viu um folder que eu fiz e postei na internet. Ele gostou e sugeriu a impressão do pôster, que ficou muito bom.
Recife Metal Law – A produção sonora está ótima, mesmo assim nada de uma gravação digital, estou certo? O que vocês acharam do resultado final da produção sonora de “Empire of Dead”?
Marcelo – Gravamos os dois álbuns no mesmo estúdio, em Itajaí, o Audio Works. Ele foi produzido por André Fabian (Steel Warrior), e ficou muito bom, até demais! (risos) Começamos a gravar ele em 2009 e só em 2013 terminamos. Por uma série de contratempos acabou demorando para finalizarmos, mas o resultado final é este que todos que puderam conferir o CD ouviram. Uma excelente produção. O cara é profissional mesmo, fez um ótimo trabalho.
Recife Metal Law – O Battalion já planeja uma turnê, a nível nacional, para divulgar seu álbum de estreia?
Marcelo – Com certeza! Fizemos uma série de shows, que foi até abril, os quais passaram pelos três Estados do Sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Estamos negociando algumas datas para o Sudeste também, mas nada finalizado ainda. Esperamos, no decorrer do ano, invadir o restante do país, levando a tempestade Metálica de Heavy/Speed Metal por onde passarmos.