A banda pernambucana Infectos surgiu em 2011, porém, antes, alguns de seus integrantes se juntaram com o intuito de seguir uma linha calcada no Thrash Metal. Com a entrada de um vocalista, a banda decidiu por seguir o Brutal Death Metal, que tem como forte representante no Estado a Infested Blood. Após uma e, mais recentemente, um EP digital, a banda agora trabalha para lançar seu primeiro álbum de estúdio. Na entrevista a seguir o guitarrista Bruno Rodrigues dá mais detalhes sobre o Infectos, seu início, lançamentos e planos futuros. Recife Metal Law – A Infectos surgiu com o intuito de fazer um som voltado à brutalidade, com letras abordando morte, psicopatia, entre outros temas comuns ao Brutal Death Metal. Mas como fazer um som nesses moldes e mesmo assim sair do lugar comum?
Bruno Rodrigues – Primeiramente gostaria de agradecer a você, Valterlir, pela oportunidade dada e pelo site Recife Metal Law em disponibilizar seu espaço para que possamos divulgar nosso trabalho. Bem, sabemos que o assunto abordado pela grande maioria das bandas que têm o brutal Death Metal como estilo são temas como mortes, assassinatos, entre outros. Já nossa ideia de composição não se resume apenas nesses assuntos e, sim, em fatos do cotidiano, fatos históricos retratados em algumas biografias e filmes, entre outros temas que nos chame interesse para a ideia a qual desejamos passar. Fora a ideia de passar todas as nossas letras em português, o que já daria a banda certo diferencial no estilo, aqui no Brasil.
Recife Metal Law – A banda surgiu em 2011, mas a formação inicial não contava com um vocalista fixo. Como foi esse início e como a banda trabalhou para moldar seu som, mesmo sem contar com um vocalista inicialmente?
Bruno – Quando iniciamos a banda, o nosso interesse era em fazer Thrash Metal, isso com uma formação completamente diferente da que é vista hoje com a Infectos e, nessa fase, passamos por algumas modificações, inclusive nos vocais. Digamos que dessa fase Thrash Metal da banda apenas eu e Douglas Batista (ex-baterista) permanecemos. Com a entrada de Djalma à banda, nossas ideias mudaram completamente, não só pela sua entrada, mas sim pelo rumo em que nossas músicas e composições estavam seguindo, partindo então para o brutal Death Metal, que nos levou a um nível e ideia que estávamos querendo passar.
Recife Metal Law – Ainda sobre a formação, o primeiro baterista, Douglas Batista, não ficou muito tempo na banda. Por qual razão Douglas não permaneceu na Infectos?
Bruno – Bem, a saída de Douglas Batista da Infectos foi em decorrência de alguns desentendimentos com o resto da banda. Mas por mais que isso tenha vindo a acontecer, salientamos ser importante a participação de Douglas na banda e sempre deixamos bem claro que hoje todos da Infectos não tem nenhum rancor ou problema com ele. Desejamos sucesso em sua carreira como músico.
Recife Metal Law – O primeiro e único trabalho até agora – A Demo “Decadência Humana” – foi lançado em 2013, mas numa tiragem limitada, depois sendo disponibilizada para download. Com a recepção desse material, vocês não chegaram a cogitar a possibilidade de fazer uma nova tiragem?
Bruno – Fizemos uma tiragem de 100 CDs da Demo para divulgação, o que para nós da banda seria um bom número. Só que a aceitação realmente nos pegou de surpresa, mesmo com a qualidade de gravação não ter sido consideravelmente boa para nós e para algumas pessoas; outras ainda gostaram e colocaram para download. Foi a opção mais rápida no momento. Até pensamos em fazer uma nova tiragem, mas depois de algumas conversas optamos por não fazer e deixar apenas para download mesmo, já que tivemos um grande apoio do Arena Metal para disponibilizar o link no site.
Recife Metal Law – Essa Demo é um verdadeiro ataque de brutalidade, com partes extremamente violentas e velozes, mas a gravação não é tão boa. Tudo bem, não chega a atrapalhar o desempenho da banda, mas poderia ter se saído melhor. Para uma banda brutal, uma boa gravação é essencial, então o que vocês acharam do resultado final?
Bruno – Essa gravação da Demo realmente deixou a desejar em todos os quesitos (mixagem, edição, master...) e podemos dizer que, de fato, foi algo muito precoce de nossa parte. Já tínhamos um bom tempo em estúdio, realizado alguns shows e estávamos naquela ‘pilha’ de lançar um material para maior divulgação da banda e nisso nos organizamos para a gravação da Demo. Contudo, a gente contou com alguns atropelos durante a fase pós-gravação, como mixagem, assuntos que não seriam interessantes entrar em detalhes, mas que veio a atrapalhar nossas ideias com relação ao material. Acabamos que lançamos do jeito que tínhamos, que não era tão ruim e que, também, não era do nosso agrado.
Recife Metal Law – Mesmo com partes mais velozes, notei que a Infectos procurou diversificar, não ficando apenas na velocidade e violência, inclusive trazendo algumas partes mais marcadas e outras que soam como marchas de guerra, como ouvido em “Putrescina”. Quais integrantes foram os responsáveis pela construção instrumental contida nessa Demo?
Bruno – A construção instrumental das músicas contidas na Demo são resumidas aos guitarristas Bruno Rodrigues e Luana Rodrigues.
Recife Metal Law – A banda optou por cantar em nossa língua pátria. Os vocais de Djalma “Infernal” vêm numa linha, digamos, ‘podrona’, com algumas passagens gritadas. Vocês acham que cantar em português se adequa melhor ao som feito pela banda?
Bruno – Achamos isso um assunto bastante interessante, pois podemos dizer que a escolha de cantar as músicas em português foi uma escolha da banda e bem antes dela se tornar a Infectos, respectivamente. Acreditamos que passar as letras em português seja uma via para que outras bandas de Metal no Brasil não achem que Metal, no geral, deve ser cantando apenas em inglês, além de facilitar o acompanhamento das letras das músicas para os bangers que não sacam muito de inglês.
Recife Metal Law – Atualmente a banda vem trabalhando no seu primeiro full lenght, o qual se encontra em fase final de produção. Como vem sendo o trabalho em estúdio?
Bruno – Exatamente, Valterlir! Estamos em fase final do novo material e podemos dizer que ele está praticamente pronto. Estamos em estúdio produzindo e preparando esse material desde abril/2014 e com uma boa expectativa, tanto para lançamento quanto para receptividade dos bangers que acompanham a banda.
Recife Metal Law – Inclusive a capa já foi apresentada e foi feita pela guitarrista Luana Rodrigues. Um EP digital também será lançado, com a faixa-título do ‘debut’, “Feridas Esculpidas Pela Minha Catarse”. Será uma pequena amostra do que estar por vir. Quais outros detalhes vocês poderiam adiantar sobre o vindouro trabalho?
Bruno – Para ser mais exato, a capa que foi divulgada é a capa que irá ilustrar o EP que será apresentado no mês de janeiro, intitulado “Feridas Esculpidas Pela Minha Catarse”. Esse EP irá contar com duas faixas e dois vídeos bônus, que foram gravados em um ensaio aberto realizado pela banda no mês de novembro/2014 (N.D.E.: O EP já está disponível para download aqui). Já a capa do full, pretendemos fazer uma nota para divulgação da mesma quando todos os apoios e preparos para lançamento do material estiverem ‘na agulha’.
Recife Metal Law – A Infectos contará com algum selo para distribuição de seu álbum de estreia ou o mesmo será distribuído pela própria banda?
Bruno – Contaremos com alguns selos para uma maior divulgação do material em algumas extremidades do país, isso se não houver nenhuma modificação nas conversas e acordos da banda para com os selos. Mas acreditamos que dará tudo certo, pois a expectativa de ambas as partes é grande.