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Entrevistas

ALTERA O
TAMANHO DA LETRA
 

Recife Metal Law - O seu portal de informação!

 

DUST COMMANDO



A banda gaúcha Dust Commando traz, em sua musicalidade, um caldeirão de influências. Mesmo que o Stoner Metal se faça presente, a banda passeia por diversos outros estilos e, dessa forma, procura criar algo com características próprias. A banda é relativamente nova, já que surgiu em 2013 e em sua discografia apenas dois lançamentos: o álbum de estreia “Chaos Lives in Fur” e um EP recentemente lançado, “Between Chaos and Grace”. Mesmo com o pouco tempo de formada, a banda é bem ativa no meio Underground e faz muitos shows em sua região, além de trabalhar duro na divulgação de seus lançamentos. A banda é formada por João Vitor Martins e Gabriel Alexandre (guitarras), Felipe Silva (bateria/vocal) e Thiago Rabuske (baixo/vocal), e é esse último que nos fala um pouco sobre a banda, seus lançamentos, entre outros tópicos.

Recife Metal Law – Fazendo pesquisa sobre o Dust Commando, a banda se intitula Stoner Metal, mas sua música é praticamente indescritível. Então, qual a razão de rotular a banda como Stoner?
Thiago Rabuske –
Em conversa com amigos decidimos nos rotular Stoner Metal para tentar encaixar a banda em um contexto, justamente por não sentirmos que havia um estilo em que nos encaixássemos perfeitamente e o Stoner Metal ser o estilo que mais me inspira como compositor.

Recife Metal Law – O primeiro álbum da banda, “Chaos Lives in Fur”, contém dez músicas, e muitas, muitas influências em sua sonoridade. Como foi fazer um disco dessa forma? Digo, de inserir tantas sonoridades? Isso não deixa a banda sem uma cara própria?
Thiago –
Acho que pelo contrário, deixa a banda com uma cara mais própria, pois estamos sempre tentando manter um elo entre as músicas de uma maneira ou outra. Compomos dessa maneira por sermos todos na banda ecléticos, em primeiro lugar, e abertos, em segundo lugar, não acreditando que a música tenha que ser coerente com as nossas influências ou com cena alguma, mas somente com o que gostamos - e tudo que gostamos está lá nas nossas músicas, em maior ou menos grau.

Recife Metal Law – Encontramos um pouco de tudo: Stoner, influência do velho Black Sabbath, Rock Alternativo, Grunge, Blues... Quais foram as principais referências para construir as músicas que fizeram parte do ‘debut’?
Thiago –
Na verdade, como dito antes, somos todos ecléticos, gostamos dos mais variados estilos de música, e isto faz com que nossa música tenha como objetivo atingir um público determinado, mas, sim, todos que gostem de Rock e Metal em geral e tenham mente aberta para assimilar tantas diversas influências.

Recife Metal Law – A gravação vem numa veia ‘vintage’, e isso deixou alguns sons com uma ‘cara’ mais despojada. A intenção com a gravação era essa, de deixar o som da banda mais cru, mais Rock N’Roll?
Thiago –
Na verdade a história da gravação tem dois vieses: em primeiro lugar, não dispusemos de muito dinheiro para pagar por tudo e não obtivemos ajuda de ninguém, foi uma produção suada e feita mês a mês no estúdio do nosso amigo Régis Freitas, aqui em Taquari, que é uma cidade pequena; em segundo lugar, foi o primeiro álbum de Metal autoral gravado neste estúdio por este produtor e, a meu ver, foi bem satisfatório dadas estas condições.
 
Recife Metal Law – O material que tenho em mãos é bem simples, com encarte apresentado em formato envelope e sem maiores informações. Esse tipo de material é apresentado apenas para a imprensa ou foi o formato oficial de lançamento?
Thiago –
Assim como na gravação, o custeio da prensagem e encarte, bem artesanais, foi por nossa conta. Acredito na simplicidade e, a meu ver, o resultado do nosso trabalho foi bem interessante, pois o objetivo era deixar com um ar de disco de vinil. Mas quando lançamos o álbum pela gravadora XMetal EmpireX, de Portugal, foi somente em formato digital, e acabamos fazendo essa edição somente para imprensa e para as pessoas que fossem nos shows e quisessem adquirir nosso material.

Recife Metal Law – Inclusive o álbum chegou a ser liberado para audição gratuita, na Internet. Qual a intenção da banda em liberar o álbum gratuitamente?
Thiago –
Eu acredito que a música deve ser compartilhada, e tendo em vista todos os fatores que levaram ao lançamento do disco como foi lançado não encontramos vantagem em não disponibilizar nosso material para streaming. As vendas ainda são bem pequenas, e queremos mais é tocar onde for, por isso acredito que só haja vantagens em deixar as pessoas que se interessam conhecer nossa música com mais facilidade.

Recife Metal Law – Falamos que a sonoridade da banda é bem diversificada, mas em se tratando da temática lírica, o que o Dust Commando aborda em suas letras? Existe algum tema em específico que vocês procuraram tratar nas letras de “ChaosLives in Fur”?
Thiago –
Não existe temática específica. Trato de assuntos dos mais variados. Músicas como “She’s a Saint” e “P.O.T.U.S.” (do EP que será lançado em breve) são formas de protesto; “Heavyweight Dinosaurs”, “Nero” e “Hold On” são músicas que falam da condição humana de perspectivas histórica e filosófica; “This Is Passion” fala de amor da perspectiva de um serial Killer; “Morale” e “Narc” falam de hipocrisia. E certamente não iremos, em momento algum, nos limitar a um assunto só, pois as letras refletem o momento em que cada composição foi feita, e as possibilidades são infinitas. 

Recife Metal Law – Desse primeiro álbum uma música foi escolhida para virar clipe. Como se deu a escolha de “Nero” para ser o primeiro clipe?
Thiago –
“Nero” foi nossa primeira gravação como banda, e acredito que isso tenha sido definitivo na escolha dela como primeiro clipe. Também é uma música da qual gostamos muito e tínhamos algumas ideias e acabamos fazendo ela primeiro.

Recife Metal Law – O clipe é bem gravado, mas traz basicamente a banda tocando, numa espécie de hospital psiquiátrico. E aparece uma figura sinistra (parece bastante contigo), como se fosse um paciente remanescente de tal hospital. Como surgiu o roteiro para o clipe?
Thiago –
O vídeo foi idealizado pelo nosso grande amigo e eventual produtor de audiovisual Zé Lucas de Souza. A locação é um antigo seminário seráfico atualmente abandonado, e a figura sinistra sou eu mesmo, o vocalista!

Recife Metal Law – O guitarrista Gabriel Alexandre chegou a se desligar da banda, mas pouco tempo depois retornou. O que houve para que o guitarrista saísse da banda e logo em seguida retomasse o seu posto?
Thiago –
Houve diferenças de objetivos, mas isto foi superado, pois somos amigos e nada que o tempo e uma boa conversa para resolver quaisquer problemas.

Recife Metal Law – O novo trabalho já vem sendo gravado e não vai demorar a ser lançado. Haverá alguma mudança, na parte musical, nesse vindouro EP?
Thiago –
Acredito que o novo EP está, ao mesmo tempo, mais pesado e mais melódico. A produção está toda a cargo do nosso baterista Felipe, e vamos lançá-lo em breve (NDE: O EP “Between Chaos and Grace” já foi lançado). Em questão de sonoridade continuamos a explorar nosso ecletismo, mas sempre tentando fazer isto de uma maneira em que as músicas soem como Dust Commando, sem querer parecer com banda alguma que já exista, mas admitindo diversas influências.

Site: http://xmetalempirex.wix.com/dustcommando

Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação

 
 
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