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Entrevistas

ALTERA O
TAMANHO DA LETRA
 

Recife Metal Law - O seu portal de informação!

 

RED RAZOR



Surgida em 2011 e com a formação estabilizada desde 2012 – Fabricio Valle (guitarra/vocal), Felipe Ferreira (2011), Gustavo Kretzer (baixo) e Igor Thiesen (bateria) – o Red Razor vem ficando seu nome no meio Thrash Metal nacional. Seu álbum de estreia foi lançado em 2015, sob o título de “Beer Revolution”. E mesmo sendo lançado de forma independente (no Brasil), foi bem distribuído e contou com boas críticas. O álbum também contou com um lançamento na Europa. Alguns aspectos da banda chegam a lembrar o velho Tankard, inclusive em algumas letras com certo humor, mas nem só de diversão é feito o Red Razor. O conteúdo lírico do álbum de estreia é bem diversificado e os músicos tratam sua música com bastante seriedade. Mas vamos deixar de delongas e passar para a entrevista.

Recife Metal Law – O Red Razor surgiu em 2011 e em 2012 estabilizou a sua formação, que permanece intacta até os dias atuais. Sabemos que manter uma formação duradoura no meio Underground é, de certa forma, bem difícil. Então, qual o segredo para que o Red Razor não sofra com mudanças em sua formação?
Fabricio Valle –
Acho que é porque a gente não se odeia (muito). (risos) Na verdade é que a gente faz isso porque gosta, sem falsas ilusões de ficar rico e viver de música. Isso nos torna um pouco mais resilientes frente às frustrações que o caminho Underground eventualmente traz.

Recife Metal Law – O primeiro lançamento da banda veio em forma da Demo “Shark Attack”. Pelo seu título notamos que o Red Razor carrega o bom humor desde o início. Sobre esse humor, bandas de Thrash Metal, geralmente, tratam de assuntos mais sérios e politizados em suas letras. Por isso vocês decidiram sair do lugar comum?
Fabricio –
Na verdade, o bom humor esteve presente em várias bandas de Thrash dos anos oitenta. Anthrax, Tankard, Acid Reign e outras costumavam ter sacadas bem humoradas em seus discos. Acho que o Metal em geral ficou muito sério pós anos 90. A gente procura restaurar esse espírito perdido de bom humor sem descambar para o escracho. Ou seja, temos sacadas bem humoradas, mas somos uma banda séria que escreve letras sérias também.

Recife Metal Law – Numa primeira impressão, o Headbanger chega a ligar vocês ao Tankard. Acho que isso é até inevitável, seja pelas letras ou até mesmo pela imagem da banda. Isso é algo comum ou estou enganado?
Fabricio –
É natural mesmo, por essa associação à cerveja, embora o nosso enfoque seja um pouco distinto. A letra de “Beer Revolution” fala sobre essa revolução recente que a cerveja vem passando, com cervejarias artesanais em vários lugares, usando ingredientes locais e importados de melhor qualidade, empregando pessoas da região, ao invés das cervejas produzidas por grandes fábricas em processos automatizados e com ingredientes de má qualidade para redução máxima de custo.

Recife Metal Law – O primeiro álbum da banda, “Beer Revolution”, foi lançado ano passado, de forma independente. Como vem sendo o processo de divulgação do disco? Mesmo lançado de forma independente, vocês estão tendo apoio de algum selo na distribuição?
Fabricio –
Ele foi lançado de forma independente no Brasil, mas depois disso foi lançado na Europa pela Slaney Records (selo irlandês), o que nos permitiu chegar em vários mercados, do México ao Japão. Quanto a divulgação, temos recebido boas resenhas em diversos sites e revistas do mundo todo, com especial destaque por termos sido escolhidos como “Banda Independente do Mês” pela lendária revista alemã Rock Hard.

Recife Metal Law – Assim como a Demo, o álbum também foi gravado no AML Studios, sob os cuidados de Alexei Leão. O resultado obtido com a Demo foi primordial para que vocês gravassem o álbum também no mesmo estúdio ou houve outra motivação?
Fabricio –
Sim, ficamos muito satisfeitos com o resultado da Demo e por isso gravamos novamente lá.

Recife Metal Law – A capa do álbum foi feita pelo mestre Ed Repka e traz uma horda de zumbis com sede de cervejas. A capa mesclou humor e horror na medida certa. Mas Repka ficou livre para desenhar a capa ou vocês já tinham em mente de como a capa deveria ser feita?
Fabricio –
Passamos pra ele uma ideia central, que deveria ter a ponte Hercílio Luz (símbolo máximo de Florianópolis) de fundo e uma horda de monstros na frente realizando um ‘protesto’ em nome da cerveja. A partir daí, o resto foi criação dele.

Recife Metal Law – O álbum começa com “Wish You Were Beer”. Além da similaridade do título com “Wish You Were Here”, em que mais o Pink Floyd influencia o Red Razor?
Fabricio –
Acho que nada, viu. (risos)

Recife Metal Law – As letras mantêm o humor e citações ao Thrash Metal, pizza, cerveja e filmes. “Shut Up and Mosh”, “Napalm Pizza” e “Beer Revolution” são alguns exemplos. Fazer músicas com humor no meio Heavy Metal nem sempre é bem visto pelos mais radicais. Então, como o Red Razor vem se saindo?
Fabricio –
É provável que alguns tenham deixado de nos ouvir por isso. Mas, em geral, o nosso crescimento nos últimos anos foi bastante rápido se comparado com outros colegas com o mesmo tempo de banda. Então acho que a maioria entendeu e compreendeu a proposta.

Recife Metal Law – Mas a banda também trata de assuntos mais sérios, como podemos ouvir em “Controversial Freedom” e “Temple of Lies” (que fala sobre inquisição, bruxas), para citar duas. Como vocês decidem o tema a ser tratado em cada música? Fazer essa alternância lírica é preciso para que o Red Razor não passe uma imagem de uma banda sem maiores preocupações com os problemas que ocorrem ao seu redor?
Fabricio –
As letras são escritas por mim e vai muito do que eu estou com vontade de escrever mesmo. Versam sobre coisas que eu gosto (cerveja, Thrash...) e coisas que eu quis criticar, como a igreja em “Temple of Lies”. Já temos as letras para o segundo disco e estão, em geral, mais sérias.

Recife Metal Law – A sonoridade do Red Razor é tipicamente Thrash Metal, mais precisamente aquele velho Thrash Metal, com bastante influência do que fora feito na década de 80, ou seja, o que foi feito pela ‘Velha Escola’. Fazer Thrash Metal é um tanto quanto perigoso e difícil, já que fazer algo com cara própria, num estilo como é esse, é uma missão árdua. Como é para vocês fazer o velho Thrash Metal sem soar meramente uma cópia dessa ou daquela banda?
Fabricio –
O segredo é ouvir muita música e não só uma ou outra banda do mesmo estilo. Assim acabamos incorporando outras influências, como Punk Rock, HC, Death Metal, Heavy Metal, dentro do nosso som, o que o torna mais original e variado.

Recife Metal Law – “Wish You Were Beer” e “Napalm Pizza” foram duas músicas escolhidas para se transformar em clipes. O clipe de “Wish You Were Beer” traz imagens da banda em sua cidade, em estúdio, é um clipe mais descontraído. Já o de “Napalm Pizza” mostra a banda em ação, no palco. Previamente houve um roteiro para ambos os vídeos? E o que levou a banda a escolher tais músicas para se transformarem em clipes?
Fabricio –
Escolhemos essas músicas por serem músicas que são bem representativas do som da banda, com passagens rápidas, tempos sincopados, refrão que a galera pode cantar junto, etc. Agora no segundo semestre lançaremos mais um clipe, da música “Red Razor”, que também é bastante representativa do nosso estilo. Sobre os roteiros, sempre quisemos um clipe com imagens ao vivo, porque é no palco que o show acontece de verdade. Já o clipe de “Wish You Were Beer” foi mais para mostrar o lado descontraído da banda e ser um tributo à nossa cidade. A gente vê muito as bandas ‘gringas’ tendo um imenso orgulho de dizer de onde são, “True Norwegian Black Metal”, “NWOBHM”, que a gente quis mostrar nossa origem também.

Recife Metal Law – Quando do lançamento do álbum, a banda promoveu o “Razor Fest” para fazer o lançamento de “Beer Revolution”. O ‘fest’ tinha apenas esse objetivo ou vocês pretendem fazer outras edições?
Fabricio –
Na verdade a “Razor Fest” já existia antes. A que fizemos o lançamento do disco foi a segunda edição e já realizamos mais uma depois. A ideia é ser um evento anual comemorativo do aniversário da banda, no mês de março.

Recife Metal Law – Com relação aos shows, como é o cenário Underground em Santa Catarina? Existem muitos lugares para eventos do submundo? O público comparece e apoia as bandas daí?
Fabricio –
Santa Catarina tem um cenário Underground bastante forte, com diversos festivais pelo interior. Esse ano teremos, em dezembro, mais um grande festival aqui, com atrações como Krisiun, Violator, Hibria, Vulcano, Anthares e muitos outros, que a organização tem confirmado.

Recife Metal Law – Quais os planos para o restante de 2016?
Fabricio –
Gravaremos o clipe novo no segundo semestre, temos alguns shows marcados (e esperamos alguns mais) e estamos trabalhando forte na composição do nosso segundo álbum, que pretendemos lançar em algum momento entre 2017 e 2018.

Site: www.redrazor.com.br
E-mail: [email protected]

Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgalção, Anderson Marciano

 
 
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