Dosoro: revelando álbuns influentes e divulgando versão acústica de faixa inédita
Com quatro anos de estrada, a banda gaúcha Dosoro vem trabalhando arduamente para criar uma sonoridade única e livre de amarras estilísticas. Felipe Xalá (vocal e baixo), Edu Vignatti (guitarra), Guilherme (bateria/percussão) e Henrique (teclado/piano), que lançaram o single “Pai Xalá” em dezembro, agora divulgam uma versão acústica da faixa inédita “Morena”, que deverá ser lançada em um futuro EP. Gravado em dezembro, o vídeo fez parte de um especial de natal que o grupo realizou, com Felipe Xalá e Edu Vignatti mostrando sua faceta acústica, como explicaram: “Decidimos fazer um especial de final de ano e incluímos esta versão de ‘Morena’, pois é uma música que além de ter uma levada diferente, passa alguns sentimos pela melodia e letra. Sua versão original é um ótimo Rock para ouvir no carro numa viagem, com riffs, bateria nervosa, clima intrigante e melodias bacanas”.
Conhecidos pela sua pegada sonora que mistura MPB e Hard Rock/Heavy Metal, a Dosoro vai além e revela algumas de suas principais influências, separando alguns discos fundamentais para seu background musical. O guitarrista Edu Vignatti, por exemplo, afirma que apesar de gostar muito dos álbuns escolhidos e os considerar grandes influências em relação às ideias e timbres, dificilmente toca algum cover, bem como frases ou licks de outros guitarristas. Segundo Vignatti, “ao ouvinte que hoje escuta nossas músicas já lançadas ou assiste nossos vídeos nas mídias já percebeu que temos a guitarra como papel fundamental no som da banda, e esmiuçando um pouco sem entrar em termos técnicos vemos muitas alavancadas, harmônicos, frases rápidas, e várias melodias. Isso que representa a Dosoro, uma guitarra virtuosa num contexto de música brasileira, sem deixar a melodia e originalidade de lado”.
A primeira escolha de Vignatti é “The Divine Wings of Tragedy”, do Symphony X, onde declara: “Esse álbum é uma obra prima do Metal. As melodias, os drives incríveis do vocalista, as harmonias de teclado e os riffs e maestria de Michael Romeo. Observo como tudo funciona muito bem, as harmonias e mudanças de ritmos, as ideias neoclássicas, e penso em algum semelhante para a Dosoro, algo poderoso as vezes, com melodias belas, ritmos intricados com um Q de erudição”. O segundo álbum escolhido é “Lean Into It”, do Mr. Big, com o guitarrista indicando que este talvez seja o álbum que mais se aproxime das novas músicas da Dosoro, como a própria “Morena”: “Com músicas com melodias que grudam feito chiclete, e um instrumental Hard Rock de peso e extremo bom gosto, as músicas tem partes que trabalham muito bem, e as vezes mesmo com uma simplicidade atingem um patamar grandioso. É um vislumbre, mas a Dosoro de certa forma alcança algo semelhante com as músicas novas, claro que não podemos esquecer que nossas músicas são em português e usamos diversos ritmos brasileiros, ou elementos da nossa música, mas como as partes trabalham, as melodias, os vários solos de guitarra! Tem um pouco desse DNA ali”. Por fim, o músico escolhe “Slip of the Tongue” do Whitesnake para finalizar esta busca pelo DNA do grupo: “Aqui cabe destacar que o que mais me inspira é Steve Vai tocando com uma guitarra sete cordas, num álbum lançado em 1989 numa das bandas mais lendárias do Rock! Ele acrescenta muita as músicas que antes já existiam, além das novas. Os timbres, melodia, técnica, tudo isso é muito impressionante ainda tantos anos depois, quantas bandas de Rock, Hard Rock vemos com guitarras sete cordas? Na Dosoro várias músicas tem a guitarra de 7 cordas como pano de fundo de riffs e harmonizações, posso citar ‘Pai Xalá’ que já foi lançada, além de ‘Amanda’ e ‘Caráter’ que ainda não foram. Como o groove técnico e melodioso conversa com o resto dos instrumentos, deixando um espaço para respirar vem da inspiração que esse álbum traz”.
E para dar aquele tempero de MPB, Felipe Xalá fala sobre um álbum do gênero que o influenciou desde quando entrou no mundo da música, “Luz”, de Djavan: “Desde que comecei no mundo da música sempre fui o batera e escutei de tudo um pouco, bandas, estilos, cantores e etc. Em meados de 2011 comecei a fazer aulas de violão e a aprender esse instrumento maravilhoso. Diria que Djavan é o principal artista que me inspirou e inspira até hoje tanto na questão de letras quanto ao ritmo/batida do violão. Artista extremamente rico em questão de harmonia, melodia e principalmente ao toque percussivo que usa ao tocar seu violão. Destaco as músicas ‘Sina’ que é música bem swingada e principalmente a música ‘Samurai’ que tem a participação de ninguém menos que Stevie Wonder. Para mim, como compositor, me inspiro muito na obra de Djavan, que é uma linguagem mais elaborada, com palavras não tão comuns ao dia a dia, com letras inteligentes e significados profundos sendo que algumas letras realmente é muito difícil de entender”.