O Black Void é a agressividade niilista e o desespero em forma de música. Furioso e impenitente na atitude, ele se baseia nas obras filosóficas de Friedrich Nietzsche, queimando com a chama obscena do Punk e do Black Metal. “Quando é impossível encontrar um ponto de partida para o conhecimento, como pode haver qualquer tipo de ética? Como alguém pode argumentar que a moralidade existe? Como podemos afirmar que sabemos alguma coisa?”.
No meio deste sujo turbilhão metafísico está o vocalista e baixista Lars Are Nedland, membro de longa data do Borknagar e Solefald e força motriz da banda de Hard Rock Melódico White Void. Ele lidera o trio que conta também com o baterista Tobias Solbakk (Ihsahn, White Void, In Vain) e o guitarrista Jostein Thomassen (Borknagar, Profane Burial), trio este que é tudo o que o White Void não é: monocromático, niilista, imundo, violento e cru.
Então, o Black Void é o outro lado do White Void: uma rejeição total da filosofia de Albert Camus, uma rejeição total de uma abordagem suave e melódica na música e uma rejeição total de uma abordagem brincalhona e irônica. O Black Void tem a sensibilidade de uma serra circular e a leveza de um agente funerário. Com isso como pano de fundo, “Antithesis” se torna um álbum que presta homenagem aos 50 anos do Punk e aos 40 anos do Black Metal, soando como um punk com moicano lutando contra um cara com corpsepaint, cada um defendendo que o seu estilo é melhor que o outro.
Com as participações especiais da realeza do Black Metal Sakis Tolis da banda grega Rotting Christ e Hoest da banda norueguesa Taake, “Antithesis” é como uma espécie de declaração, uma explosão musical niilista mostrando o dedo do meio para a moralidade e cumprimentando à agressividade enquanto te obriga a bater o pé seguindo o seu ritmo implacável. É tudo preto e branco.
Um álbum que vai agradar desde os fãs do Impaled Nazarene até os mais exigentes fãs do Avantagard Black Metal.