10 bandas de Metal que vão além do sexo, drogas e Rock And Roll
O Metal como gênero do Rock carrega o estereótipo de ser o filho “malvadão” do Rock And Roll. Por mais que isso seja verdade em alguns casos, em outros, vemos que a carapuça não serve. Autoestima, mitologia, RPG, filosofia, História, folclore e muito mais! Cada banda de Metal busca se destacar não somente na música, mas também em letras que vão além da tríade sexo, drogas e Rock And Roll. Para celebrar o Dia Mundial do Rock separamos abaixo 10 bandas que se destacam na arte de sair da caixinha:
Iron Maiden: Tendo o vocalista, Bruce Dickinson, formado em História, eles seguiram a temática até mesmo nas músicas. Em “Invasion”, eles falam sobre a invasão dos Vikings na costa dos Bretões, no século IX. Já em “Genghis Khan”, a faixa instrumental faz alusão ao conquistador mongol que dominou uma área de 20 milhões de metros quadrados entre 1200 e 1227. Há também músicas sobre Alexandre, o Grande, na faixa “Alexander The Great”; a canção “2 Minutes do Midnight” fala sobre a Guerra Fria, e a lista não tem fim. Se quer banguer e aprender um pouco mais sobre História, Iron Maiden é a sua desculpa!
Assista “2 Minutes to Midnight” aqui
Sabaton: Quem também segue a mesma onda de História é a banda de Power Metal sueca. Fãs brasileiros, inclusive, organizaram sete álbuns da banda em ordem cronológica em relação às Histórias que eles contam. A ordem começa em 206 A.C, com a música “The Art of War”, que fala sobre quando Sun Tsu escreveu o famoso livro, e segue até o Saque de Roma, a Primeira Guerra Mundial, o Holocausto, a Segunda Guerra Mundial, Guerra do Vietnã, Guerra das Malvinas, Guerra do Golfo e até a mais recente, Guerra do Iraque.
Assista “The Last Stand” aqui
Metallica: Ouvidos que não são treinados, a ouvir os riffs, as construções rítmicas e o bate-cabeça da banda de Thrash Metal, não pensam que há poesia nas letras. Tolos! James Hetfield consegue falar de temas pesados com a sensibilidade de poucos. Uma das primeiras baladas da banda, “Fade to Black”, fala sobre tendências suicidas. Já a clássica “Master of Puppets” fala sobre os efeitos negativos do uso de drogas e álcool, indo contra a moda da época, que destacava positivamente o uso de entorpecentes. Em “One”, a letra conta sobre um soldado que foi à Primeira Guerra Mundial e voltou mutilado, apenas com seu cérebro intacto.
Assista “One” aqui
Epica: A banda holandesa fala sobre tecnologia, sobre religiões, política, cultura, mas sempre com um olhar crítico, voltado para a visão humana destes temas. Na canção “Façade of Reality”, o ataque às Torres Gêmeas é o principal tema, chegando a contar com trechos do discurso do então primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair. Já a música “Another Me in Lack’ech”, fala sobre a riqueza dos maias e a ganância dos conquistadores e como isso destruiu uma civilização. Em “Beyond Belief”, a banda fala sobre a disputa entre ciência e religião, sem desmerecer nenhum dos lados. Já em “Universal Death Squad”, a fixação pela tecnologia significa o fim da humanidade.
Assista “Façade of Reality” aqui
Black Sabbath: Inspirado em um filme de horror italiano, surgiu a banda Black Sabbath. Como não podia ser diferente, as canções também trazem a temática do gênero horror, como também temas sociais. No clássico “Iron Man”, a tecnologia é o tema predominante, quando teme que o “homem de ferro” pudesse voltar-se contra os humanos que o criaram. Outro hit, “War Pigs”, fala sobre políticos considerados responsáveis pelo horror da guerra. Já em “Children of the Grave”, fala-se sobre o futuro das crianças após uma guerra nuclear.
Assista “Iron Man” aqui
Lyria: A banda brasileira de Metal Sinfônico traz em suas canções letras que abordam autoestima, superação e mitologia. Em “Let Me Be Me”, o grupo estimula o autoconhecimento e lutar para ser quem é, em uma sociedade mantida por aparências. Já em “The Rain”, a temática é o autismo e foi inspirada por um fã australiano que foi diagnosticado no espectro. A mitologia está presente em músicas como “The Phoenix Rebirth”, que faz alusão à figura mitológica da fênix; “Reflection”, que fala sobre o mito de Narciso e “Ashes of my Fears”, sobre o Mito da Caverna.
Assista “Let Me Be Me” aqui
Gloryhammer: O RPG é a temática que guia a banda anglo-saxã de Power Metal Sinfônico. Cada membro da banda representa um personagem e eles usam armaduras e roupas estilo RPG, como mago, guerreiro, entre outros. Cada álbum é como se fosse uma nova campanha de RPG de fantasia, com elfos, busca por artefatos e missões em terras longínquas.
Assista “Gloryhammer” aqui
Disturbed: A banda de Metal estadunidense fala de temas variados e até mesmo chega a inspirar soldados, como na letra de “Indestructible”. Mas também fala de suicídio, como em “Inside the Fire”, inspirada pela história real do vocalista, que presenciou o suicídio de sua namorada, quando ambos eram adolescentes. O anti-racismo também é encontrado nas canções da banda, que na música “3” fala sobre o caso “West Memphis Three”, em que três jovens do “Cinturão Bíblico” (região dos EUA onde a religião cristã se confunde com a cultura) que ouviam Heavy Metal e vestiam-se de preto foram acusados e julgados culpados de assassinato, ainda que não houvesse evidência.
Assista “Indestructible” aqui
Turisas: A História volta a aparecer nas canções desta banda finlandesa, que fala sobre os sentimentos de soldados que estão longe de casa (“The Land of the Hope and Glory”), sobre fatos históricos da Europa, como a Guerra dos 30 anos (“Rex Regis Rebellis”). E também traz álbuns conceituais como “The Varangian Way”, que fala sobre um grupo de escandinavos que viajam por meio do rio medieval Kievan Rus’, para chegar no Império Romano. Ou como em “Stand Up and Fight”, que fala sobre a Guarda Varegue, grupo de nórdicos que trabalhavam para o Império Bizantino.
Assista “Stand Up and Fight” aqui
Arandu Arakuaa: A fim de valorizar as manifestações culturais dos povos indígenas do Brasil, a banda brasileira de Folk/Thrash Metal canta em tupi-guarani. Em suas letras, histórias sobre os povos originários, como em “Tupinambá”, inspirada no livro “Viagem ao Brasil”, em que um aventureiro é sequestrado e quase morto em um ritual de canibalismo por índios Tupinambás. Já a canção “Hêwaka Waktû” é inspirada nos rituais para atrair a chuva para a mata.
Assista “Hêwaka Waktû” aqui