O que faz que uma música seja uma boa música? Habilidade? Paixão? Produção? Química? Em seu álbum de estreia autointitulado, o supergrupo de Hard Rock Melódico Out Of This World mostra que, na verdade, é uma combinação de todas essas coisas: uma rara e perfeita constelação quando as estrelas estão corretamente alinhadas.
Forjado pelo Kee Marcello, ex-guitarrista da lenda do Hard Rock sueco Europe, o trovão vocal Tommy Heart (Fair Warning), o baixista Ken Sandin (Alien) e o baterista Darby Todd (Devin Townsend, Gary Moore, The Darkness), “Out Of This World” é um sonho feito realidade para todos aqueles que estavam de luto pela perda do Hard Rock Melódico de qualidade. Não é à toa que este disco já se tornou um grande sucesso no Japão.
E também não é por acaso que este álbum leve o nome daquele lendário álbum multiplatina do Europe lançado em 1988. “Quando contei às pessoas sobre meu novo projeto, alguém sugeriu que eu o chamasse de algo como Kee Marcello’s Europe. Mas isso soa horrível”, ele ri. “Eu odiei. Tommy sugeriu chamá-lo de Out Of This World, simples assim. Assim como os caras do Black Sabbath e Dio fizeram com o Heaven And Hell”.
A mesma ‘vibe’, o mesmo ouvido para melodias, os mesmos ganchos... Tudo isso permeia um álbum que foi trazido à vida com o vigor e a paixão que você não esperaria exatamente em uma estrela do Rock que viu de tudo e fez de tudo nos últimos quarenta anos. “Sempre me concentrei na música e minha paixão por isso nunca mudou”, ele diz. “Eu nunca mudei de estilo, eu nunca tentei fazer nada que eu não seja capaz de fazer bem”.
“Out Of This World” irradia uma sensação livre e transbordante de diversão, musicalidade e união. Ele flui espontaneamente, algo que normalmente não é encontrado em uma estreia. “Você tem que se lembrar que Darby, Ken e eu voltamos há muito tempo”, observa o lendário guitarrista a respeito da sua seção rítmica. “Fizemos centenas de shows juntos e estamos muitoafiados. A mesma coisa vale para Tommy e eu: nos demos bem instantaneamente quando trabalhamos juntos pela primeira vez, há alguns anos. Temos essa conexão quase fraternal. Estamos literalmente lendo a mente um do outro, cara. Não houve nenhum obstáculo, tudo foi se encaixando sozinho”.
O mesmo vale para o vocalista Tommy Heart, que está nesta cena musical desde sempre. “Você se encontra, você toca e as faíscas começam a voar”, ele descreve assim a química entre os membros. “Nós nem conversamos muito. Simplesmente deixamos a música falar. Tocamos com nossos corações quando tocamos, o que é incrivelmente raro de encontrar. Ninguém precisa se explicar, todo mundo está fazendo exatamente o que qualquer outra pessoa faria naquele momento”. Heart ficou instantaneamente vidrado quando percebeu que Out Of This World era mais do que apenas uma coisa única entre músicos entediados em confinamento. “Não gosto desses projetos temporários”, pondera. “Isto aqui é um negócio real”.
“Out Of This World, no entanto, nunca pareceu apenas um projeto”, diz Marcello e admite: “Parecia uma banda desde o primeiro dia. É por isso que o álbum ficou tão bom. Tem um sentimento de banda genuíno”. Em seu primeiro ensaio na cidade natal de Marcello, Gotemburgo, eles fizeram o esboço de algumas das músicas que mais tarde entrariam na sua estreia, como “Twilight”, “Lighting Up My Dark” e “In A Million Years”. “Na verdade, estávamos bem no meio de nossa primeira sessão de gravação, mesmo sem saber”, ele se maravilha. “Tudo parecia tão natural e tão bom que escrever o resto das músicas foi como caminhar no parque”.
Agraciadas por mágicos teclados adicionais, cortesia de lenda Don Airey do Deep Purple, e embelezadas pela mixagem feita por Ron Nevison (Kiss, Bad Company, Ozzy Osbourne, Meat Loaf, Heart, Chicago, Damn Yankees, etc.), que se encontrou com Marcello pela primeira vez desde que produziu o álbum “Out Of This World” do Europe há 33 anos atrás, as músicas transportam com maestria o passado o Hard Rock Melódico para o presente. Desde a animada “Hanging On” passando por “In A Million Years”, originalmente escrita para o álbum “Prisoner In Paradise” do Europe, até o colossal hino “Lighting Up My Dark” e o Prog-Rock “Staring At The Sun”, Out Of This World conseguiu sozinho ressuscitar um gênero que pensávamos estar perdido para sempre.