ACENDA O FÓSFORO! Deixando a cena em chamas, o áspero e turbulento Overkill reapareceu para espancar seus ouvidos com seu vigésimo, isso mesmo, VIGÉSIMO álbum de estúdio: “Scorched”.
Por mais de 35 anos, seu insano Thrash Metal produziu alguns dos momentos mais característicos e marcantes do mundo do Metal. Agora, na segunda metade de sua carreira, toda a experiência da banda está a mostra em “Scorched”, pois de alguma forma soa bem mais maduro, refinado e embelezado com toques que deixam o álbum com algo mais do que apenas Thrash Metal.
“Não é agressivo apenas por ser agressivo”, explica o vocalista Bobby “Blitz” Ellsworth, “há muitos elementos diferentes no álbum. Para mim, é mais Heavy Metal e não um álbum totalmente Thrash. Há muita melodia nele”.
Mergulhar apenas na composição logo no início da pandemia de 2020 provocou não apenas muita inspiração, mas a capacidade de passar pelo processo de criação do álbum com mais facilidade e sem nenhuma pressão. Levando mais de dois anos e meio para ser concluído, “Scorched” absorveu uma tonelada de energia dos altos e baixos da rotina diária e da turbulência contemporânea que um isolamento pode proporcionar.
“Minha primeira tentativa com as letras foi animada e empolgada. A segunda fase foi um pouco mais deprimente, mais sombria”, descreve Blitz. No final, o álbum reflete um amplo espectro de emoções. “Foi um turbilhão. O mundo disse: ‘chega dessa besteira’, bateu o pé com força e saiu dessa. Nosso histórico mostra isso. É transformar algo que era mais escuro em algo mais brilhante”.
O reconhecido artista americano Travis Smith, que vem trabalhando com a banda nos últimos álbuns, é o responsável pela arte de capa de “Scorched”. “Queríamos algo que expressasse o conflito”, explicou Blitz. “É engraçado; quando você está em conflito, não importa o quão diferente o outro lado se sinta, você percebe que é exatamente o mesmo sentimento e é isso que a obra de arte reflete”. A arte de capa mostra o duelo de duas serpentes Chalys, sibilando uma para a outra em meio a uma poça de chamas. “O fogo representa as origens da banda. Olhando para trás, para [o álbum] ‘Feel The Fire’ de 1985, e culminando em 2023 com um título como ‘Scorched’, temos o mesmo tipo de personalidade, o mesmo tipo de motivação. Travis é um verdadeiro artista e está constantemente criando novas ideias em seu cérebro que se alinham com a evolução do Overkill”.
Graças à tecnologia, com todos os membros podendo gravar em casa e compartilhando arquivos, o processo de escrita à distância foi facilitado. Logo depois de sair da estrada em 2020, começaram a gravar diferentes elementos até que “de repente era 2022 e o futuro estava aqui. Continuei trabalhando nas letras e acabei terminando as faixas que iria usar”, descreve Blitz. “Eu acho que pode ser uma das razões pelas quais você ouve essa experiência, ou aquelas arestas que são realmente pensadas. Obtivemos um resultado diferente com base no fato de que havia muito tempo para ir do início ao fim, e isso foi algo novo para nós”.
No Reino Unido, Colin Richardson e seu assistente Chris Clancy receberam o álbum para o processo de mixagem. “Queríamos algo que você pudesse aumentar até 10 e que não te cansasse depois de ouvir três músicas. O trabalho de Colin é uma mistura dos anos 80 com um toque moderno”, explica Blitz. Johnny Rodd ajudou na produção dos vocais e, finalmente, Maor Appelbaum assumiu a masterização e os toques finais.
O resultado final é algo nascido do peso, da sabedoria e da energia violenta e melódica. A faixa-título é uma representação explosiva de uma história que vem queimando as coisas há 35 anos e, junto à faixa “The Surgeon”, é uma verdadeira aula do Overkill. Abrindo com o ‘chunk and clunk’ de uma clássica linha de baixo de DD Verni, “The Surgeon” traz uma batalha de velocidade entre os vocais e a guitarra para ver quem se cansa primeiro. “Embora o álbum possa ser um pouco diferente, ainda estão todas as características que nos trouxeram até aqui, e ‘The Surgeon’ é a faixa que mais faz isso. Uma espécie de continuação de ‘Electric Rattlesnake’, eu o chamo ‘Thrash with class’ [Thrash com classe], o Thrash que faz de nós o que somos”, ri Blitz.
Há também um inegável elemento blues que se desenvolve fortemente em certas músicas. Faixas como “Wicked Place” e “Fever” estão sazonadas com o que parece ser Rock N’ Roll ‘Old School’. “‘Going Home’ pode ser minha música favorita do álbum”, afirma Blitz. “É quase difícil de reconhecer que somos nós até eu começar a cantar. Para mim, isso meio que confirma o fato de que estamos indo para novos lugares, mas ainda mantendo nossa identidade”.
O Overkill está expandindo o seu horizonte mais uma vez, mas não se engane ou se assuste, a banda continuará sendo os thrashers maciços e imundos que todos nós conhecemos e amamos. “Somos o que somos e sabemos o que somos há muito tempo. Ser capaz de permanecer identificável, mas ainda fazer algo diferente neste ponto de nossas carreiras, é empolgante para a banda”, conclui Blitz.
“Scorched” está disponível no Brasil pela parceria Shinigami Records/Nuclear Blast Records. Adquira sua cópia clicando aqui.