A banda mineira Stout Inc., formada por Vitor Santos (vocal), Diêgo Quites e Clayton Marinho (guitarras), Roger El Santos (baixo) e Matheus Goebel (bateria), apresenta seu novo álbum, “Rede Social”, no qual imprime uma sonoridade mais direta e agressiva e dá um passo ousado ao compor inteiramente em português. Gravado no estúdio próprio da banda e mixado e masterizado pelo guitarrista e produtor Diêgo Quites, o álbum mostra um olhar afiado para temas do cotidiano, como a fragilidade da vida, o tempo e dilemas pessoais. O vocalista Vitor Santos descreve o processo de composição como uma forma de extravasar sentimentos como raiva, angústia e reflexão, canalizando essas emoções em música. A arte de capa é assinada por Fernando Lima, da banda Drowned, reforçando o espírito colaborativo e a valorização da cena local.
Formado no interior de Minas Gerais, o Stout Inc. começou após o fim do Omegahead, na qual Diêgo Quites e Vitor Santos tocavam juntos. O período posterior foi marcado por breves passagens por projetos de covers e por uma experiência autoral com a banda K-rranka, que reacendeu a chama criativa da dupla. No entanto, a construção da Stout Inc. envolveu a dificuldade de encontrar músicos dispostos a tocar Heavy Metal na região até a tarefa de conciliar a agenda de integrantes com profissões exigentes – o baterista Matheus Goebel é médico, o baixista Róger Santos é engenheiro, o guitarrista Clayton Marinho e os próprios Diêgo e Vitor também atuam como desenvolvedores.
Mesmo diante dessas limitações, a banda construiu uma sonoridade marcada por influências que vão de Alice in Chains e Black Label Society a Pantera, equilibrando referências com uma identidade própria. O ‘debut’, “Stout Inc” (2018), tem um caráter mais stoner, enquanto “State of Mind” (2020) flerta com o Thrash Metal e até elementos de Metalcore. Já “Rede Social” vem tendo boa aceitação, especialmente em “Esperança” e “Rede Social”, faixas que saíram como clipes.
“A faixa de abertura, ‘Esperança’, apresenta um tom filosófico e crítico, destacando a esperança como uma atitude prática, não algo mágico ou religioso. A letra critica o escapismo por drogas, promessas religiosas e passividade, defendendo que a mudança real depende de cada indivíduo. Já faixa-título, mais rápida e técnica, faz uma crítica à era digital, abordando o vício, manipulação algorítmica, perda de identidade e crise de saúde mental, usando sons densos e repetitivos para simbolizar a sobrecarga de informações”, explica Vitor Santos.
Paralelamente ao trabalho na Stout Inc., Diêgo Quites e Vitor Santos também integram a lendária banda Overdose, um dos pilares do Heavy Metal nacional, que estreou há 40 anos em um split com o Sepultura. Ambos consideram a experiência uma grande honra e uma responsabilidade imensa. Ter um home studio próprio ajuda a administrar os compromissos com as duas bandas, embora a rotina exija foco e dedicação constantes.
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Santos é engenheiro, o guitarrista Clayton Marinho e os próprios Diêgo e Vitor também atuam como desenvolvedores.
