A banda de Death Metal Empty Grace surgiu em 2001, na quente cidade de Teresina/PI, desde então com Marcus Borralho (baixo e vocal), Nanno T. (guitarra) e Hugo M. (bateria) em sua formação. Em 2003 lançam sua primeira e única Demo, intitulada “Through the Lands of Agony”, que já mostrava a proposta da banda: executar um som rápido e extremo, transitando entre os diversos elementos do Death e até Thrash Metal. No início desse ano, após vários anos divulgando a Demo, o Empty Grace chega ao seu primeiro álbum, “Subterranean Soul′s March”, lançado de forma independente. Agora, com a palavra, Marcus Borralho.
Recife Metal Law – O Empty Grace surgiu em 2001, mas só em 2003 fez o lançamento de sua primeira e única Demo “Through the Lands of Agony”. Como foi lançar esse material naquela época e como foi à receptividade desse trabalho no meio Underground?
Marcus Borralho – Foi um pouco difícil, principalmente por questões financeiras, o que é sempre um grande obstáculo quando se mantém uma banda de forma independente. Creio que a Demo foi bem aceita, pois ainda encontro alguns bangers mais saudosistas que preferem a Demo ao ‘debut’. Acho estranho, mas enfim, gosto é gosto.
Recife Metal Law – Essa Demo foi divulgada por cerca de cinco anos. Vocês têm idéia de quantas cópias foram distribuídas? A divulgação dessa Demo foi restrita a território nacional, ou vocês chegaram a enviar cópias para outros países?
Marcus – Se não me engano foram prensadas 600 cópias, e algumas foram para o exterior sim, principalmente através de trocas de CDs com bandas de fora que mantemos contatos.
Recife Metal Law – Apesar do longo tempo de divulgação da Demo, o ‘debut’ álbum foi lançado de forma independente. Qual foi a razão para que esse lançamento fosse feito de forma independente?
Marcus – A falta de uma gravadora e/ou distribuidora.
Recife Metal Law – Agora falando sobre o recente lançamento, “Subterranean Soul’s March”, como foi o processo de composição desse álbum e trabalho em estúdio?
Marcus – É um resumo das melhores composições desde o surgimento da banda (em nossa opinião, claro). A maior parte das melodias é composta pelo guitarrista Nanno T., e as letras por mim. Entramos em estúdio já com o ‘set’ definido e as músicas bem ensaiadas, por isso não tivemos grandes problemas com as gravações, as quais foram muito bem conduzidas por Mike, o engenheiro de som.
Recife Metal Law – A gravação desse álbum foi finalizada em meados de 2007, porém o álbum só veio a ser lançado em abril de 2009. O que causou tanta demora entre o fim da gravação e o lançamento do álbum?
Marcus – O dinheiro para lançar de forma independente. Apenas corrigindo, o CD saiu dia 08 de janeiro de 2009.
Recife Metal Law – Notei que as músicas contidas no ‘debut’ flertam bastante com o velho Thrash Metal, como é o caso de “Distorted Visions of God” e “Sacrifice the Holy Man”. Isso foi algo intencional?
Marcus – Não foi algo programado, do tipo ‘vamos compor algo puxado para o Thrash Oitentista’... São composições que nascem naturalmente, advindas do que escutamos e absorvemos, e se achamos legal colocamos na música sem mais delongas.
Recife Metal Law – Por falar em Thrash Metal, a música “Surrounded by Suffering” tem um início praticamente igual ao de “Curse the Gods” do Destruction. Qual foi a real intenção da banda em fazer essa música com o início dessa forma?
Marcus – Sério? Eu sinceramente não havia percebido. É uma composição do Nanno e vou perguntar a ele se houve alguma influência. Caso tenha havido creio que tenha sido uma grande inspiração, tratando-se de Destruction.
Recife Metal Law – Da Demo, anteriormente mencionada, vocês usaram, para o álbum, apenas a música “Blasphemous Creations”. Por que justamente essa música foi escolhida para ser regravada e posta no álbum de estréia?
Marcus – Porque é das músicas mais pedidas nos shows, então pensando na galera que curte o trabalho da gente resolvemos regravar essa faixa, que ficou bem mais brutal, a meu ver. Além de tudo é das faixas da Demo que mais gostamos.
Recife Metal Law – As letras tratam, basicamente, de anti-religião. Essa será sempre a temática a ser seguida pelo Empty Grace?
Marcus – Não sei, depende da inspiração no momento em que escrevo as letras. Sem dúvida será um tema sempre presente, mas nada que nos impeça de falar sobre outras coisas, fato que já ocorre no nosso ‘debut’, como algumas temáticas ligadas aos sentimentos humanos mais obscuros.
Recife Metal Law – Ao ver a capa, aliada ao logotipo da banda e ao título do álbum, quem não conhece o Empty Grace achará que se trata de uma banda de Black Metal. Alguém já entrou em contato com vocês achando se tratar de uma banda de Black Metal?
Marcus – Já vi em alguns sites nos rotularem como Death/Black Metal. Acho que no início da carreira esse rótulo era viável, mas hoje em dia eu considero uma banda de Death Metal, caindo até para o Thrash em alguns momentos, como você mesmo retratou.
Recife Metal Law – Em cada página do encarte há uma figura diferente, para cada letra apresentada. De quem foi à idéia e por que usar tais ilustrações no encarte?
Marcus – A idéia ficou a cargo da própria pessoa que fez a arte visual do CD, Jobert Mello. Acho que foi uma ótima investida, pois as imagens tentam expor graficamente o conteúdo das letras.
Recife Metal Law – Após o lançamento do álbum de estréia, o que podemos esperar do Empty Grace?
Marcus – Estamos com um pouco de dificuldade para ensaiar e compor novas músicas, devido ao fato do nosso baterista não residir mais no nosso estado. Estamos tentando resolver esse problema e assim que tivermos o retorno dele ou um substituto à altura vamos retomar as atividades. Death Metal Rules!!!
Contatos: A/C Nanno Raphael Freitas. Rua Honório Parentes, 205, Ap. 902 – Jóquei. Teresina/PI. CEP: 64.048-360.
E-mail: [email protected]
Site: www.emptygrace.com e/ou www.myspace.com/emptygrace
Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação