A Mercilless surgiu no ano de 2006, na vontade dos integrantes tocaram um som calcado no mais puro Thrash Metal, trazendo influências das bandas clássicas do estilo: Kreator, Slayer, Vio-lence, Dark Angel, Exodus, etc., porém trazendo uma sonoridade própria, sem simplesmente copiar suas influências. Em 2007 a banda começou a gravar sua primeira, e até agora, única Demo, intitulada “Possessed By Thrash”. O lançamento fez com que a Mercilless tocasse várias vezes ao vivo, porém nesse mesmo ano ocorre a primeira baixa no ‘line up’, com a saída do baixista Rafael, entrando, logo em seguida, Júnior, para ocupar a função. Atualmente a banda está trabalhando em novas músicas, as quais farão parte do primeiro álbum, a ser lançado ainda este ano. Na entrevista a seguir ficaremos sabendo um pouco mais a respeito de tudo que ocorre com a Mercilless.
Recife Metal Law – Para começar, fale sobre o início das atividades do Mercilless e a atual formação.
William – Saudações Léo e a todos do Recife Metal Law! Bem, o Mercilless surgiu em meados de 2006 com a proposta de fazer um Thrash Metal calcado nas nossas influências. No início era meio que ‘zuação’, não levávamos muito a sério. Desde então a coisa foi ficando mais séria; começamos a compor nossas músicas para pode lançar uma Demo, que era nosso principal objetivo naquela época; as músicas foram saindo pouco a pouco, até que surgiu a oportunidade de gravar a Demo. Gravamos a Demo com o Rafael no baixo até que ocorreu a saída dele depois; Chamamos o Júnior, atual baixista, para poder dar continuidade no nosso trabalho e até hoje segue essa formação: Thiago (guitarra e vocal), William (bateria), Ramon (guitarra) e Júnior (baixo).
Recife Metal Law – Em 2007 vocês lançaram a Demo “Possessed by Thrash”, com quatro faixas que nos remetem a atmosfera dos anos 80, época de ouro do Thrash Metal mundial. Como está sendo a aceitação dessa Demo por parte de publico e crítica?
William – A Demo foi um sonho muito antigo da gente. Queríamos muito lançar um material próprio, mostrando nosso som. Não sabíamos que teria uma boa receptividade do público. Graças a essa Demo tivemos muitas oportunidades que nem imaginávamos; tocamos em vários lugares, conhecemos muitas pessoas legais... Devemos muito a essa Demo, porque nos deu muita experiência como banda. A aceitação até hoje é bastante positiva, sendo divulgada bastante em vários lugares, tendo boas críticas de zines, sites, revistas e outros, e isso está sendo muito importante pra gente até hoje.
Recife Metal Law – Quais os principais temas abordados nas letras do Mercilless? Quem as compõe e no que se inspira?
William – Os temas das nossas músicas são bem variados, mas tudo com um contexto mais sério; umas bem críticas, outras apocalípticas, sobre o modo de vida Thrash, mazelas sociais e várias coisas que acontecem no mundo. As músicas e letras quem faz sou eu e o Thiago (guitarra e vocal). A gente junta e compõe tudo letras, riffs...
Recife Metal Law – A Demo “Possessed by Thrash” foi relançada e distribuída em outros países e em outros formatos. O que essa divulgação propiciou ao Mercilless? Dê seu parecer.
William – Bem, depois que lançamos a Demo não esperávamos que fosse surgir essas propostas de lançamentos em outros países, mas foi muito positivo pra gente, porque além de ajudar a divulgar o som, você tem a oportunidade de ver seu trabalho em vários formatos e sendo espalhado pra vários lugares. Da demo “Possessed By Thrash” tivemos um Split K-7 lançado na França pela Nuclear Production, junto com o Bloodstone e o Tortura, outras bandas legais do Underground; vamos ter agora um K-7 só nosso lançado na Tailândia pelo selo Witchhammer Productions, limitado em 150 cópias; e um dos nosso sonhos realizados, que era ter um vinil da nossa banda, será lançado pelo selo Terranis Production da Hungria, um vinil 7’ da Demo limitadíssimo, com outra capa, encarte e tal! Estamos muito felizes com esses lançamentos, uma vez que está divulgando nosso som em vários lugares que não pensaríamos em chegar. Isso dá mais força para continuarmos a fazer Thrash Metal.
Recife Metal Law – Vocês têm um contrato com um selo da Espanha para lançar seu ‘debut’ álbum. Por que não lançar por um selo nacional, onde certamente teriam uma assistência maior e melhor?
William – Então, esse lance de contrato foi uma surpresa muito grande, pois não esperávamos por isso logo de início. Até me assustei, mas realmente se tratava de um lance sério. Recebemos a proposta do selo Xtreem Music através do Dave Rotten, que nos enviou um e-mail querendo assinar com a banda. Então foi um lance muito rápido e inesperado. Como não havíamos recebido proposta de outros selos, vimos que essa poderia ser uma boa chance. Não tivemos nenhuma proposta de um selo nacional, então achamos melhor essa oportunidade. Não que no Brasil não tenha selos bons, mas como não veio propostas decidimos então fechar com a Xtreem Music que, por sinal, foi um lance muito bom para ambas as partes.
Recife Metal Law – O som de vocês é influenciado diretamente pelas bandas clássicas dos anos 80. Cite três bandas nacionais e ‘gringas’ que são consideradas influências para vocês.
William – Essa é uma pergunta muito boa! (risos) Mas é claro que existem muitas bandas fodas, tanto no Brasil como na ‘gringa’, que nos influenciou, mas no Brasil acredito que as três que nos influencia é o Sepultura (antigo), Attomica e Korzus; e na ‘gringa’ tem varias, mas ultimamente eu falaria que Kreator, Dark Angel e Vio-lence sempre nos influenciou. Mas é claro que tem várias aí nessa lista! (risos)
Recife Metal Law – Como já foi citado anteriormente, a Demo “Possessed by Thrash” nos remete aos anos 80. Uma sonoridade forte, de riffs rápidos, vocais rasgados, etc. Como vocês foram cair nesse estilo, que para muitas pessoas já acabou faz tempo?
William – A gente sempre gostou de Thrash Metal e isso é o que nos mantém vivos. Mesmo que para muitas pessoas tenha acabado, pra gente e pra muitas pessoas ainda é muito forte. Vejo que o estilo tem crescido bastante, não só no Brasil, mas em vários países. A gente sempre teve a idéia de fazer um Thrash Metal forte, energético, que mostrasse a nossa vontade de fazer o que a gente gosta. E mesmo que muitas pessoas vejam isso como mais ‘uma banda de Thrash’, a gente sempre vai estar aí, destruindo tudo e quebrando qualquer barreira, porque o Thrash, pra quem gosta de verdade, nunca vai estar morto!
Recife Metal Law – Outra característica dos anos 80 era o visual ‘thrasher’, com colete coberto de patches, tênis cano alto, etc. Para vocês é importante a banda aliar o som ao visual?
William – A meu ver acho muito importante aliar o visual ao som. Acho que isso faz parte da cultura Thrash Metal. Assim como outros estilos, no Thrash eu vejo isso de um lado muito positivo; diferente de outros estilos, mas é claro que às vezes você se depara com certas pessoas que levam o visual mais à sério que o som. Isso, às vezes, é ruim, mas nem levamos isso muito em consideração. Isso é uma opinião de cada um; cada pessoa pensa do jeito que quiser. Se quiser usar usa, se não quiser não use, mas em minha opinião e da banda vemos isso como uma coisa que faz muito parte do estilo, por isso gostamos de aliar o visual ao som, não importando com que os outros pensem.
Recife Metal Law – Existem outras bandas com o mesmo nome do Mercilless, porém com estilos totalmente opostos e até mesmo extremos. Existe a possibilidade de mudarem o nome da banda por conta desse fato?
William – Essa é uma pergunta que a gente não gosta muito de responder. (risos) Mas é normal, vemos isso com outros olhos, às vezes. Acho que cada banda tem seu ‘jeito’ de compor, tocar, e acho que mesmo que o nome seja ‘igual’ sempre tem um diferencial que faz com que isso agrade ou não as pessoas. No nosso caso, acho que pra gente o mais importante é o som, mas pode ser que ocorra alguma mudança, não sabemos o que pode acontecer, mas se acontecer de mudar vai ser uma coisa normal e pra melhor, e a galera que curte vai ser a primeira a saber! (risos)
Recife Metal Law – Vocês já têm outras músicas prontas. Elas seguem a mesma linha da Demo ou podemos esperar uma nova sonoridade para esse lançamento?
William – Chegamos à parte boa de falar. (risos) A galera pode esperar muita coisa boa nesse novo lançamento. Posso dizer que está bem diferente da Demo, com mais ‘pegada’, mais energia, mais porrada no ouvido! Estamos já com 80% das músicas prontas; estamos finalizando para poder gravar, creio que até final do ano o álbum já esteja sendo lançado. É sempre bom essas expectativas de lançar algo novo, e estamos ansiosos para esse lançamento. Espero que a galera curta!
Recife Metal Law – Vocês têm tocado direto na divulgação dessa Demo em outros estados. Para o lançamento desse ‘debut’ podemos esperar uma tour maior?
William – Uma tour é um sonho antigo da banda. Sempre quisemos pode fazer uma tour, e espero que com esse lançamento aconteça. Com a Demo chegamos a lugares que nunca imaginávamos. Espero que com esse ‘debut’ possamos chegar mais longe e possamos fazer uma tour mesmo maior, abrangendo vários lugares do Brasil, América do Sul e, se possível, Europa. (risos) Mas isso só o tempo vai dizer mesmo. Esperamos que aconteça, pois será mais um sonho realizado da banda!
Recife Metal Law – Quais os próximos planos da banda?
William – No momento os planos é gravar esse ‘debut’ e divulgar ao máximo. Esperamos que ele saia em vários formatos, se possível em vinil, que é um dos sonhos da banda: ver esse ‘debut’ lançado no velho formato ‘bolachão’. Seria foda demais! E também, quem sabe, um split com outra banda. Seria legal também!
Recife Metal Law – Agradeço sua atenção e deixe uma mensagem aos leitores do Recife Metal Law.
William – Queria agradecer primeiramente a você, Léo, que tem dado esse espaço e apoio pra gente; ao Valterlir e a toda galera do Recife Metal Law, e a todos que curtem e apóiam a banda. Esperamos lançar esse ‘debut’ e encontrar a galera nos velhos palcos da vida! E aguardem que vai vir muitas novidades por aí. Espero que a galera curta. Grande abraço a todos e lembrem-se: o THRASH NUNCA MORRE!
E-mail: [email protected]
Site: www.myspace.com/mercillessthrash
Entrevista por Leonardo Cunha
Introdução por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação