Com 19 anos de atividade, o Torture Squad é o grupo brasileiro, ao lado do Krisiun, que mais vem ganhando notoriedade em solos ‘gringos’ nos últimos anos. Suas apresentações avassaladoras, liderada pelo ‘frontman’ Vitor Rodrigues, sempre deixam forte impacto por onde passa, atraindo, assim, uma grande legião de admiradores. Ano passado, após certo período procurando por gravadoras, a banda lançou seu quinto álbum de estúdio, “Hellbound”, que vem arrancando efusivos elogios da mídia especializada. Na entrevista a seguir, o vocalista Vitor Rodrigues nos fala um pouco mais sobre a atual situação da banda, bem como sobre o novo álbum.
Recife Metal Law – Torture Squad, a banda que mais vem ganhando atenção na mídia internacional do Heavy Metal. Depois de 19 anos de atividades, esse reconhecimento já era devido à banda?
Vitor Rodrigues – Na verdade, este reconhecimento vem de muita luta e dedicação, mas sempre com os pés no chão e olhando pra frente.
Recife Metal Law – A formação atual da banda, excetuando-se o novo guitarrista Augusto Lopes, está junta há 15 anos. Como é o relacionamento entre Amílcar, Castor e Vitor, depois de tanto tempo juntos?
Vitor – É uma família. Conheço o Amílcar há 25 anos e o Castor há 19 anos, e estamos juntos desde que a gente entrou na banda, em 1992. No fundo temos um objetivo que é manter o espírito da banda. Brigamos, sorrimos, passamos bons e maus momentos juntos, mas é isso que nos fortalece a cada dia; é ter a certeza de olhar olho no olho e saber o que o outro vai fazer, ou seja, é uma irmandade.
Recife Metal Law – Sobre Augusto, ele entrou após a saída de Maurício Nogueira, quando este já havia finalizado a gravação de “Hellbound”. Depois da entrada do Maurício no Torture Squad, eu achei que a banda ganhou muito em musicalidade. Como se deu a saída dele e como os demais integrantes recebeu tal notícia?
Vitor – O Maurício estava iniciando uma nova experiência de vida: ser pai, e para ser pai é preciso que você se dedique 100% da sua vida ao seu filho. Ele teve que escolher entre se dedicar inteiramente à banda ou ao seu filho. Ele optou pela segunda alternativa. Não houve brigas e nem ressentimentos, apenas um pouco de tristeza de ver um irmão nosso partir, mas ele foi consciente o bastante para chegar até nós e escolher o caminho que queria trilhar. Desejamos a ele toda a sorte do mundo.
Recife Metal Law – Já cheguei a ver Augusto com a banda, num show, ano passado, em João Pessoa/PB. A escolha foi acertada, a meu ver, pois ele manteve a musicalidade da banda inalterada, e acrescentando um pouco de sua técnica. Como vem sendo a adaptação de Augusto e o que os demais músicos esperam dele daqui em diante?
Vitor – A adaptação dele na banda está fantástica! Augusto caiu como uma luva na banda e está acrescentando seu estilo ao do Torture Squad. Preparem-se porque virá ‘chumbo grosso’ por aí! (risos)
Recife Metal Law – Falando sobre o novo álbum, ele foi gravado entre agosto de 2006 e fevereiro de 2007, mas só vindo a ser lançado em 2008. Essa demora ocorreu devido à procura por gravadoras, até que vocês venceram o Wacken Metal Battle na Alemanha e o álbum foi lançado a nível mundial pela Wacken Records. No Brasil o álbum foi lançado pela Hellion Records. Qual a razão para vocês não continuarem com a Mutilation e como vem sendo a divulgação desse álbum, tanto no Brasil como no restante do mundo?
Vitor – A razão pelo qual o álbum foi lançado pela Hellion é porque a nossa gravadora, Wacken Records, já tinha uma ligação com ela, e seria mais fácil pra Wacken Records lançar nosso álbum aqui. A divulgação está muito boa, tanto aqui como na Europa.
Recife Metal Law – Confesso, a cada álbum que vocês lançam me espanto com a qualidade musical. Como é a forma do Torture Squad trabalhar em suas músicas?
Vitor – Em silêncio. (risos) Alguém aparece com uma idéia e a gente vai moldando até ela chegar no ponto que queremos. Na verdade chega uma hora que é a própria música que te guia, é só deixá-la fluir.
Recife Metal Law – “Hellbound” é repleto de ótimas músicas, do início ao fim, com grandes destaques para a avassaladora “Chaos Corporation”, “In the Cyberwar” e “Man Behind the Mask”. Das músicas novas, quais as que a banda mais tem gostado de tocar ao vivo?
Vitor – Todas! Todas têm uma personalidade e não temos como falar que aquela é melhor que essa. Todas as músicas do álbum são reflexos do que a gente vê nessa realidade; cenas do dia-a-dia caótico deste mundo.
Recife Metal Law – Esse álbum conta com “MMXII”, uma intro, a qual já vem sendo usada nos shows da banda. Por que esse título para essa intro?
Vitor – Aliás, essa intro foi composta pelo Fábio Laguna do Hangar e o título dela foi inspirado no calendário Maia, que diz que no ano 2012 o mundo acabará. Nós consideramos que será uma mudança de pensamento, atitude, dogmas e doutrinas. Depende de como será a sua interpretação.
Recife Metal Law – Existe, ainda, uma instrumental, “The Four Winds”, que é um momento de calma em meio ao pandemônio que é o álbum. Qual foi a real intenção da banda ao colocar essa música no álbum?
Vitor – A composição – de autoria do Maurício – é justamente isso: um momento de relativa calma que antecede o peso esmagador da música “Hellbound”.
Recife Metal Law – Em todas as letras de “Hellbound” a palavra “Chaos” é citada. Existe uma espécie de ligação entre cada música desse álbum, por isso o uso dessa palavra?
Vitor – Exatamente! Primeiro porque conforme fui compondo as letras percebi que na maioria delas havia a palavra ‘chaos’ e acrescentei nas últimas restantes, e pedi para que fosse na cor vermelha para haver uma ligação com o ‘Pandemonium’, que é uma palavra sinônimo de caos.
Recife Metal Law – Ano passado vocês tocaram em Recife/PE e os dias que antecederam essa apresentação de vocês foram meio conturbados. A razão: no evento que vocês tocariam, bandas de White Metal também estariam presentes. Soube que vocês não gostaram da idéia, porém queria saber do Torture Squad o que vocês acharam disso tudo.
Vitor – Sem comentários.
Recife Metal Law – Vocês novamente tocarão em Recife, agora em outubro. A banda sempre faz shows por aqui, tendo uma boa legião de admiradores. O que esses admiradores podem esperar desse novo show em terras pernambucanas?
Vitor – Podem esperar uma apresentação avassaladora. Nós do Torture Squad temos um carinho muito grande pelos fãs pernambucanos e vamos levar o caos para Recife!
Recife Metal Law – A banda já está compondo novas músicas? Poderia nos adiantar algo?
Vitor – Sim, estamos compondo algumas coisas e por isso não temos como adiantar nada, por enquanto. O mais importante é continuar focado no “Hellbound”, porque este álbum ainda tem muita lenha pra queimar!
Recife Metal Law – Obrigado pelo tempo cedido!
Vitor – Valterlir, eu que agradeço a oportunidade cedida e vamos quebrar tudo por aí! HEADBANGERS!!!!!