Com pouco mais de um ano de existência, a pernambucana Inner Demons Rise vem conseguindo conquistar seu espaço no meio Underground, apostando numa sonoridade pouco feita em seu estado. A banda traz músicos bem conhecidos: Alcides Burn (Subinfected, Burnning Flesh) nos vocais, Paulo Andre (Oddium, Os Cachorros) na guitarra, Miguel Dantione (As The Shadows Fall), Magno Lima (Preatcher, Vectrus) no baixo e Osvaldo Magno (Decomposed God, Darkness Emperor) na bateria. Mesmo com pouco tempo de estrada, a banda já fez diversas apresentações e, recentemente, lançou o EP “Drachenorden”, que veio bem caprichado, mostrando que o quinteto que mostrar serviço. Nas palavras do vocalista Alcides Burn saibamos um pouco mais sobre o Inner Demons Rise.
Recife Metal Law – A ideia de formar o Inner Demons Rise surgiu no final de 2008, quando Alcides Burn e Paulo André estavam no Heavyllon, festival que ocorre anualmente na cidade de Natal/RN. Mas a ideia surgiu mesmo naquela oportunidade ou já vinha sendo amadurecida há algum tempo?
Alcides Burn – Fala Valterlir e Recife Metal Law! Valeu pela oportunidade! Na verdade o Inner Demons Rise já existia; antes era só Inner Demons, mas era uma banda de Death/Grind; fez poucos ensaios e parou. Então foi exatamente quando vínhamos do Heavyllon que surgiu a ideia de voltar com a banda, mas com essa proposta de um som mais ‘trampado’.
Recife Metal Law – Primeiro veio a ideia, mas depois como foi arranjar os músicos para fazer parte da banda? Cada músico que faz parte do Inner Demons Rise compactua com a proposta sonora da mesma?
Alcides – Então... Tivemos algumas formações, da original mesmo só tem eu e o Paulo; depois veio o Osvaldo e daí alguns músicos passaram pela banda. Por enquanto posso dizer que estamos estabilizados; temos uma formação bem legal em que todos estão curtindo muito a banda.
Recife Metal Law – Um ano após o surgimento da ideia de voltar com a banda, no Heavyllon, a banda se apresentou no citado festival. Como ocorreu isso e qual foi o sentimento ao se tocar num festival onde a banda começou a tomar forma?
Alcides – Pô, foi ducaralho!!! O contato foi de Paulo com o Mitchel. Foi muito foda! Eu adoro Natal, é minha segunda casa; tenho família lá; ia sempre e temos vários amigos lá também: a galera do Expose Your Hate, Deadly Fate, Sanctifier, Outset, Auchwitz, o Dio da Records, o Everton (Dying Music), e muitos outros. Foi muito foda ter mostrado nosso trabalho lá, depois de um ano.
Recife Metal Law – Em pouco tempo de estrada, a banda soltou o EP “Drachenorden”, no final de 2009. Como foi todo o processo criativo desse material, tanto na parte sonora como lírica?
Alcides – Como eu falei no DVD, não estava nos nossos planos gravarmos esse disco agora, mas como a repercussão do show de estreia foi muito positiva resolvemos entrar em estúdio. Já tínhamos cinco sons prontos, mas foi no estúdio que começamos mesmo a criar os arranjos; começamos a viajar no que poderíamos fazer em cada música, e o resultado final ficou ótimo.
Recife Metal Law – Por falar na parte lírica, vocês criaram algo conceitual, tratando do filme “Drácula” de Bram Stoker (1932). Todos da banda conhecem o filme, ou tu, Alcides, é quem tratou da parte lírica do EP, já que és um profundo admirador de filmes, inclusive dos clássicos?
Alcides – Na verdade a ideia foi do Paulo. Ele como fã de filmes de vampiros deu logo a ideia, então eu vi o filme várias vezes, pesquisei algumas coisas na internet e, por fim, escrevi as letras.
Recife Metal Law – A “Intro” e a “Outro” vem nessa linha, mesmo, de filmes antigos, já que são bem sombrias...
Alcides – A “Intro” foi concebida por um grande músico da cena Heavy Metal pernambucana: o tecladista do Caravellus. Daniel Félix conseguiu captar exatamente o que queríamos; passamos uma trilha sonora de um filme pra ele e disse que era mais ou menos aquilo que queríamos. Ele fez uma bela “Intro” que se encaixou perfeitamente no som da banda. Quanto a “Outro” e o restante dos teclados no CD fui eu quem fez. Usei um programa simples para ‘Mac’ chamado ‘Garage Band’; nele existem vários sons de vários teclados e fui testando até chegar onde queria.
Recife Metal Law – A sonoridade da banda transita pelo Melodic Death Metal, algo pouco comum em solo pernambucano. Esse foi o motivo para que a banda seguisse esse tipo de som?
Alcides – Acho que esse rótulo de Melodic Death Metal não rola muito no som da gente. Tem muita coisa envolvida no som... Tem umas partes Black, Thrash, Heavy, Progressivo... Então eu considero o som da gente simplesmente Metal. A gente toca o que acha que ‘tá legal e não se preocupa com rótulos ou parecer com alguma banda.
Recife Metal Law – Músicas como “The Storm” e “My Destiny” são ótimas, apresentando peso, passagens acústicas, melodias e certa agressividade em algumas passagens. Quais músicas presentes no EP são as preferidas dos integrantes?
Alcides – A minha preferida é “My Destiny”... A do Paulo também. Foi à segunda música que nós criamos.
Recife Metal Law – A parte gráfica é bem profissional, vindo em slipcase, porém senti falta das letras. Qual a razão da não inclusão das letras no encarte?
Alcides – Foi uma falha, mas já estamos providenciando isso, inclusive quem já adquiriu o CD entre em contato no fim do mês que será enviado o encarte sem custo nenhum. Foi meio que uma pressa que tivemos e acabou que o encarte num ficou pronto e depois vieram outras coisas, mas o encarte está sendo providenciado. Aguardem!
Recife Metal Law – O primeiro show da banda foi abrindo para o Funeratus, antes mesmo de ter um material lançado, e depois disso o Inner Demons Rise vem fazendo diversas apresentações ao vivo. Como é trabalhada essa parte de divulgação da banda? Tendo Alcides (figura bastante conhecida no Underground nacional, em razão de seu trabalho em parte gráfica) na banda fica mais fácil de arranjar shows?
Alcides – Não, nada disso! Nós corremos atrás! Por exemplo, o show de Natal quem entrou em contato foi o Paulo, então estamos sempre correndo atrás e tentando divulgar muito a banda através da internet, contatos pelo MSN com outros estados... É isso.
Recife Metal Law – O título do EP, “Drachenorden”, significa “A Ordem do Dragão”. Qual a razão para se colocar o título em alemão, já que todas as letras são escritas em inglês?
Alcides – Boa pergunta! (risos) Eu tentei em latim também: “Societas Draconistrarum”, mas ficou muito longo e soava meio estranho. “Drachenorden” soa legal. Mostrei ao pessoal da banda e todos acharam massa. Então ficou.
Recife Metal Law – Em conversa informal, tu me falaste que pretende fazer aula de canto, uma vez que as músicas do Inner Demons Rise pedem passagens vocais mais limpas. Isso significa que as próximas músicas da banda virão ainda mais cheias de melodias ou essas passagens vocais já serão usadas nas músicas do EP?
Alcides – As músicas do EP não serão mexidas, elas são cantadas daquela forma e ficarão assim. O lance das aulas é que fazia muitos anos que comecei a cantar e depois parei por muito tempo e voltei a cantar de uma forma diferente, tive alguns problemas no começo. Hoje estou bem melhor, mas ainda sinto que preciso aperfeiçoar essa parte. Pode ser que eu cante limpo em algumas partes, mas é mais lance de respiração e alguns exercícios. Eu curto vocais limpos, acho muito legal essa mistura de vozes. As partes cantadas limpas no CD foi o Paulo quem fez.
Recife Metal Law – Voltando a falar sobre a parte lírica, a banda pretende continuar abordando temas relacionados a filmes clássicos ou a intenção é abordar temática diversa nas próximas músicas?
Alcides – Na verdade já surgiu uma ideia para as próximas músicas e inclusive o Magno já trouxe uma letra e uma música sobre esse tema: As Bruxas de Salem. Mas, sei lá, de repente aparece outra idéia. Mas o próximo trabalho também vai ser conceitual. Eu prefiro escrever histórias.
Recife Metal Law – Com o recente lançamento do EP, quais sãos os planos do Inner Demons Rise para o ano de 2010?
Alcides – Divulgar bastante o álbum, tocar e tocar muito. Já começamos a compor o próximo trabalho, só não tenho ideia ainda de quando vamos começar a gravá-lo, provavelmente no fim do ano. Estamos procurando uma gravadora ou distro que se interesse em lançar nosso trabalho. Gastamos muito nesse CD e pra lançar independente outra vez ‘tá meio complicado. Então se alguém que estiver lendo essa entrevista, e se interessar pelo som, entre em contato. Como falei já começamos a compor o próximo CD e daqui pro fim do anos queremos estar com ele pronto.
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músicas do EP?
