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Reviews Shows

ALTERA O
TAMANHO DA LETRA
 

Recife Metal Law - O seu portal de informação!

 

Cruzada Maldita

Evento: Cruzada Maldita
Data: 14/07/2018
Local: Burburinho Bar (Piso Superior) - Recife Antigo. Recife/PE
Bandas:
- Visão Mórbida (Thrash Metal - PE)
- Sepulchral Whore (Death Metal - PE)
- Comando Etílico (Heavy Metal - RN)
- Elizabethan Walpurga (Heavy/Black Metal - PE)

Resenha & fotos: Valterlir Mendes

Quando eu soube que o Comando Etílico retornaria à terras pernambucanas, após o cancelamento de seu show em Caruaru, em maio último, devido à greve dos caminhoneiros (que no fundo não serviu para nada), já me empolguei. Houve a mudança de data para o aniversário do Metal Beer Bar, em Caruaru, porém mais um show foi adicionado à agenda da banda, com uma data na capital pernambucana, justamente no sábado, e com o festival levando um nome bem legal - “Cruzada Maldita” -, além de, no ‘cast’, ser incluídas mais três bandas locais. Ainda melhor, as quatro bandas presentes no ‘fest’ tinham estilos diversos, o que sempre me agrada e, acredito, agrada boa parte do público, afinal não fica aquela “bitolação” de apenas um estilo sendo apresentado na noite.

Chamo o meu fiel escudeiro Marcos “Ironmaidenzinho” Antônio para o “rolê” e como motorista da noite o meu irmão Vandilson Mendes e pegamos a estrada por volta das 18h00, uma vez que o festival tinha início marcado para às 21h00 e, sempre tomando cuidado para que não houvesse imprevistos, tivemos uma viagem tranquila, chegando no local do evento por volta das 20h00. Lá chegando vimos um movimento nulo, algo inerente a atual situação de shows na capital. Mas, como ainda havia tempo e boa parte do pessoal costuma chegar em cima da hora ou algum tempo depois, fomos dar uma volta no Recife Antigo, que, ao meu ver, pareceu estar mais bem cuidado, mais limpo e com uma boa segurança, haja vista a Polícia Militar estar presente.

Aos poucos o público foi chegando. Não parecia que teríamos um enorme público, mas também a movimentação mostrou que não seria uma decepção. Então foi esperar um pouco, já levando em conta que o evento sofreria atraso para ser iniciado, trocar ideias com o pessoal e tomar umas cervejas para o aquecimento inicial.

Por volta das 22h20 a primeira banda da noite dava início a sua apresentação. Banda novata no Underground pernambucano, a Visão Mórbida, mesmo com o atraso, deu início ao seu show, naquele momento, com uma baixa. O seu baixista Lucas Santos ainda não havia chegado e por isso deram início a apresentação assim mesmo. Eu ainda não conhecia a sonoridade da banda, mas tive uma grata surpresa. A banda faz um som insano, numa velocidade impressionante. É um Thrash Metal com pitadas de Crossover e uma garotada com fôlego sem fim. Nem mesmo o problema com uma das guitarras logo na primeira música,  “Odiamos Religião” - após a “Intro (Forme o Círculo)” -, foi suficiente para parar a insanidade do quinteto. O som não estava tão límpido e algumas malditas microfonias apareciam para incomodar, algo que foi sanado posteriormente. E, para quem ainda não percebeu, o nome da música é inspirada num velho disco, do velho Sepultura, e da banda mandaram um cover - numa velocidade insana - para “Primitive Future”. Mesmo com a velocidade, inclusive nos vocais de Pedro Leandro, deu para notar que as letras tinham uma inspiração Punk/Hardcore, trazendo certo protesto, algo perceptível em “Nação Hostil” (música que marcou a chegada do baixista), “Não Sustente Parasitas (Vote Nulo)” e “Brasil (Desordem e Regresso)”, mas também algo meio despojado, como ouvido em “Beer Force Attack”. Antes do final do show, a banda fez uma singela “homenagem” a um dos presidenciáveis para este ano e mandaram a também singela música “Pau no Cu do Bolsonaro”. Para findar a insanidade, um cover ultraveloz para “UxFxTx” do Violator. Complementam a banda os guitarristas Igor Albuquerque e Guilherme Leon, e o cara que simplesmente mostrou como se tocar bateria sem perder o pique um só segundo: Anderson Santos.

O “Cruzada Maldita” estava acontecendo no piso superior do Burburinho Bar, que tem uma área mais ampla e um pouco maior. No piso inferior estava acontecendo uma apresentação de uma banda cover, ainda em comemoração ao “Dia Mundial do Rock”, assim, durante os intervalos, quem quisesse descer e tomar uma cerveja no bar e ouvindo clássicos do Rock, o poderia fazer. Cheguei a dar uma conferida, mas como não sou muito chegado à bandas covers, preferi ficar na parte superior.

Às 23h20 começava o segundo show da noite. E apesar dos pedidos do baixista/vocalista Necrospinal por reverb no microfone, inclusive tirando um sarro comigo, notei que nessa apresentação o vocal estava mais, digamos, “enxuto”, sem muitos efeitos, o que apreciei bastante, pois não perdeu em nada. A sua linha cavernosa, de pura vocalização Death Metal se manteve intacta. A última vez que havia visto o Sepulchral Whore em ação foi no ano passado e de lá para cá deu para notar uma banda ainda mais segura, coesa e de forte presença em palco, com o guitarrista Nyarlathotep IV mais “solto”, inclusive fazendo algumas vocalizações ao final da apresentação da banda. A banda está em plena divulgação de seu EP de estreia, “Everlasting Morbid Delights” e, assim, o ‘set list’ foi baseado nele. As músicas são puro pesadelo Death Metal, apenas indicadas aos iniciados no estilo; nada de modismos ou firulas. É uma banda direta, mas nem por isso sem atrativos. Muito pelo contrário. As músicas cativam por seu primitivismo e até mesmo por algumas passagens em meio-tempo, as quais se mesclam a alguns andamentos mais agressivos, como ouvido em “Chamber of Fear”, onde Necrospinal convidou a galera ao mosh-pit. E foi isso o que aconteceu. Apesar de alguns intervalos entre uma música e outra, a Sepulchral Whore manteve a energia em alta, contando, ainda, com uma sonorização muito boa, bem definida. Complementada pelo baterista C. Le Sorcier, o Sepulchral Whore mostrou total segurança e está num nível ainda melhor do que eu vira em outras apresentações, inclusive até fazendo alteração no ‘set’ de última hora, e tocando “Necromancer’s Rites” no lugar de “...From the Utterly Parished”.

Mais um pequeno espaço de tempo para os ajustes de palcos que acontecem em eventos com apenas um palco e logo a atração principal da noite estaria fazendo sua apresentação. Achei bem interessante a pouca demora entre as bandas, isso ajuda a não deixar o festival cansativo, mesmo que apenas, nesta noite, apenas quatro atrações fariam shows.

O Comando Etílico já tem uma base de admiradores de sua música por esses lados, assim era de se esperar que boa parte do público presente fosse para a frente do palco e foi isso o que aconteceu. E não foi apenas para agitar, mas para cantar as músicas junto com a banda. Seu Heavy Metal cantado em português, forte e repleto de energia contagiou logo nos primeiros acordes de “Ataque”. De óculos escuro, o vocalista Hervall Padilha comandou o público muito bem, mostrando toda a sua desenvoltura, além de ter um vocal poderoso e de bom entendimento. Na sequência mandam “Madame Pecado”, e lá na frente do palco, além de muita “bateção de cabeça”, o mosh-pit era intenso, sem descanso; espaço, também, para alguns stage diving. A cada música tocada o público pedia mais; se esbaldava com a musicalidade da banda, que mesmo tendo apenas Lucas Praxedes como guitarrista, não perdia um só segundo no peso, e sempre que faço resenhas de shows do Comando Etílico digo que isso, em grande parte, é graças as linhas de baixo de seu irmão, David Praxedes, algo bem nítido na hora dos solos. Na bateria Kleber Barbosa complementa todo o peso e energia que a Comando Etílico proporciona ao público. Já vi muitos shows dessa banda, mas a cada apresentação eu me impressiono como se fosse a primeira. Uma das músicas que mais curto da banda esteve presente, “Selvagens da Noite”, gritada a plenos pulmões. Mas a banda também abriu espaço para sons novos, tais como “Sacrificar” e “Vomitar”, essas com uma levada beirando o velho Thrash Metal feito no Brasil outrora. E o que me preocupava nesse show era o fato de que a cada música tocada ele se aproximava mais do fim: “Medusa”, “Legado”, “Rebelião”, “Estação Antiga”, culminando com “Ritual” para finalizar. A banda mesclou alguns sons novos com músicas da antiga Demo e de seu único álbum lançado. Foi pura energia, do início ao fim, e nem a quebra de corda da guitarra de Lucas foi o suficiente para fazer a banda parar, e é aí onde eu digo que David segura a lacuna de uma segunda guitarra, apesar de que Lucas logo pegou uma segunda guitarra para continuar o show. Sim, faltaram ainda músicas como “Metal Comando”, “Jonny Letal”, “Força Motriz”, mas não faltou energia, da primeira a última música e o público contribuiu para um show de Heavy Metal que vale à pena ser visto. Comando Etílico é uma banda que deve alçar voos maiores, há tempos.

Mesmo os presentes tendo visto um show cheio de energia e que pode ter cansado alguns, em decorrência do mosh que não parou, ainda havia mais uma banda para fechar a noite.

Depois de um certo tempo de ajustes no palco, a Elizabethan Walpurga seria a responsável por fechar à noite. Ainda divulgando seu álbum de estreia, “Walpurgisnacht”, era evidente que o seu show seria baseado em músicas desse disco. Com “The Elizabethan Dark Moon”, uma das melhores músicas do citado álbum de estreia, era dado início a um show praticamente perfeito dos pernambucanos. Uma sonorização muito boa ajudou ao público - alguns presentes ainda não conheciam a banda - a ter ideia de quão esplêndida é a musicalidade da Elizabethan Walpurga, que faz um mescla perfeita entre o Heavy e o Black Metal. Os vocais de Leonardo Mal’lak seguem a linha Black Metal, com passagens ríspidas, rasgadas, já a parte instrumental, apesar de inserir velocidade e agressividade, também lança mão de melodias totalmente baseadas no velho Heavy Metal tradicional, com a dupla de guitarristas - Breno e Erick Lira - mostrando total bom gosto, seja nos riffs, bases, solos e até em partes acústicas apresentados. Renato Matos, responsável pelo baixo (e alguns backing vocals), nada mais, nada menos, é responsável por deixar o som da banda ainda mais denso, e o baterista Arthur Lira, bem, esse faz parecer fácil executar todas as linhas de bateria encontradas em músicas como “Infernorium” (que música! Que música!), “The Canine Enchantment by the Phlebotomy (In the Julgular Streams)” e “The Serpent’s Eyes and the Horns of Crown”. Ah, e não falei sobre o público. Ninguém arredou pé e, algo bem difícil de ocorrer em shows de Black Metal, mosh-pits e até stage divings ocorreram a todo o momento. Ou seja, foi um público que brindou a noite e fez com que todas as bandas apresentassem grande energia durante seus shows. De certa forma, a Elizabethan Walpurga fez um ‘set list’ curto, com apenas sete músicas, só que algumas dessas músicas são um pouco longas. Mas o mais certo é que foi um show que deixou quem já conhece a banda bastante feliz e que deixou aqueles que ainda não a conheciam maravilhados. “Clamitat Vox Sanguinis”, a faixa-título e “Vampyre” complementaram o ‘set list’.

Saldo da noite: uma bela festa para celebrar o “Dia do Rock”, com música autoral ao vivo e de boa qualidade, para um público que não foi imenso, mas que não chegou a ser decepcionante. Foi o público que sai de casa para ver shows ao vivo, mesmo com todo o conforto que a tecnologia e nossas casas nos proporcionam (falamos sobre isso, não é David Praxedes?). Mas sair de casa e poder ver em ação bandas como Visão Mórbida, Sepulchral Whore, Comando Etílico e Elizabethan Walpurga, é o que nos faz pegar a estrada e chegar em casa com o sol raiando e o pescoço doendo. E numa simples resenha como essa nunca vou poder descrever o que é ver bandas assim detonando no palco!
 
 
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