O sétimo álbum de estúdio do Malkuth, “Voodoo”, marca, também, os 25 anos de história dessa batalhadora banda de Black Metal pernambucana. Contando com nove músicas, esse novo álbum, como de praxe, traz uma formação diferente - a qual já se diluiu após o gravação do álbum -, porém sempre tendo o membro-fundador a sua frente, Sir Ashtaroth (vocal/guitarra). Mesmo com as mudanças de formação, o lapso temporal entre o álbum antecessor (“Strongest” - 2011) e este, além de a banda soar mais violenta, mais direta, “Voodoo”, para quem conhece a musicalidade do Malkuth, notará que é a mesma banda, mesmo que não se repita, musicalmente falando (sem fugir de sua estética Pagã e das Negras Artes). Foi exatamente isso que notei, que a criação musical do álbum vem acompanhada desse cuidado: de não se repetir, porém de mostrar que se trata de uma banda que está na batalha há tantos anos. O álbum é aberto com “Rite of Fullmoon Over the Sepultures”, uma instrumental que faz jus ao título do álbum, logo seguida da violenta “Shoot to Kill (je$u$)”. Uma boa forma de abrir um disco, que traz uma musicalidade bem própria, como sempre fez o Malkuth, lançando mão, ainda, de música em português, “Anticristum (Belicus)” - que traz uma letra simples, porém direta e sendo uma das melhores músicas do disco -, e de instrumentos como o djembe, percussão e guitarras acústicas. E isso acrescenta bastante peculiaridade no som da banda, sem soar forçado e sem se ater aos clichês do estilo. O disco traz uma boa variação musical, o que não quer dizer que a banda segue um caminho tortuoso, sem saber o que faz, muito pelo contrário. Cada som apresentado é um esporro sonoro, mas com boas doses de melodias, bases cadenciadas, aliadas a momentos mais ríspidos. A parte gráfica traz imagens bem fortes e de puro ataque ao cristianismo, algo contumaz nas artes do Malkuth, além, claro, de a capa nos remeter a rituais de vodu (numa clara referência ao título do disco). Gravação num ótimo patamar, feita aqui mesmo em Pernambuco, no J.A. Studio, sob a responsabilidade de Joel Lima. A formação que gravou o disco, além de Sir Ashtaroth, contou com Dmysteriis (baixo, backing vocals), Agares (guitarra, teclados, backing vocals) e Destroyer (bateria/backing vocals). Um álbum que honra toda a história, marcada por muitas batalhas, do Malkuth.