ESCRITOS SUBTERRÂNEOS
O subtítulo desse livro é “O papel dos zines para a manutenção das cenas de Heavy Metal no Brasil entre 2000 e 2015”. A ideia partiu de Victor Vasconcellos, mais conhecido no meio Underground como Whipstriker (Farscape, Whipstriker, Diabolic Force, Atomic Roar), e logo na abertura ele fala como adentrou ao mundo dos fanzines. Porém, como ele mesmo mencionou nessa abertura, ele não é o autor do livro, haja vista que o livro compila diversos depoimentos (inclusive, tive a honra de participar do livro, com um depoimento, uma vez que por anos editei o Máquina do Metal Zine). Ficou bem interessante de ler os depoimentos, de como cada um ver a importância do fanzine para o cenário Heavy Metal. Alguns bem antigos, outros mais recentes, mas cada um sendo fisgado pela vontade de informar o público do que ocorria no submundo do Heavy Metal e, também, de outros estilos, como o Punk e o Hardcore. E são muitos, muitos depoimentos, espalhados pelas 302 páginas do livro. Mas, claro, não há apenas os depoimentos, uma vez que muitas capas de fanzines fazem a ilustração do livro (e lá também estão algumas capas do Máquina do Metal Zine). Ver essas capas me fez voltar um pouco no tempo. Adquiri muitos fanzines, começando lá no final dos anos 90. Ver algumas capas me trouxe certa nostalgia. O livro tem prefácio de Leon Manssur (Apokalyptic Raids) e é de fácil leitura, sem ser cansativa e, claro, dá uma ideia, para quem não conhece, de como foi todo o processo de divulgação de bandas do submundo. A capa, a cargo de Márcio Menezes, ficou belíssima, nos moldes dos velhos fanzines mesmo.
Resenha por Valterlir Mendes