“Once And For All” é um álbum que já tem um tempo de lançado. Mais precisamente, foi lançado em 2016, via Shinigami Records. Mas enquanto o Perc3ption não lança o seu tão esperado novo álbum de estúdio, faço a resenha desse seu segundo álbum. O disco começa com a forte “Persistente Makes the Difference”, com um trabalho de bateria, a cargo de Peferson Mendes, fantástico. O cara simplesmente detona nas levadas velozes. Por falar em velocidade, essa música envereda pelos lados do Power Metal, mesclando, ainda, boas melodias e quebras de andamentos. Bem, a banda não soa simplesmente Power Metal. Digo que esse estilo é apenas um complemento, já que o Perc3ption tem uma musicalidade bem apurada, ou seja, faz um Prog Metal de alta qualidade, mas sem deixar de lado certa velocidade e até mesmo alguns andamentos mais agressivos, o que torna a sua música fácil de ser ouvida, até mesmo por quem não é tão afeito ao estilo. As vocalizações de Dan Figueiredo (não mais integrante da banda) carregam bastante ‘feeling’, com uma boa variação, indo de algo mais limpo a uma passagem ou outra carregada de agressividade (sem exageros). O tempo de duração do álbum passa de uma hora, porém o que aqui ouvimos faz com que o disco passe de forma rápida, pois a qualidade musical (e dos músicos) não deixa nada a dever a qualquer baluarte ‘gringo’ do estilo. E, por encontrarmos músicas mais longas, é fácil ouvir, numa mesma música, a velocidade do Power Metal e as quebras de tempo e andamentos bem típicos do Prog Metal, como já mencionei. “Braving the Beast”, que é a maior música do álbum, contendo mais de dez minutos, é um bom exemplo disso. Outra que merece menção é “Magnitude 666”, com suas levadas Power Metal. E por falar em Power Metal, “Extinction Level Event” é uma excelente representante do estilo. Já “Through the Invisible Horizons” pode servir de parâmetro para o que é a sonoridade do Perc3ption, já que apresenta passagens Power Metal, variações Prog Metal, e grande peso nas guitarras, se tornando, assim, uma de minhas preferidas do álbum. O trabalho, seja nos riffs ou nos solos, das guitarras de Glauco Barros e Rick Leite é o que torna o disco bem pesado em muitas passagens. Isso tudo acompanhado pelas fortes linhas de baixo de Wellington Consoli. A gravação está num nível altíssimo, e deixou toda a parte instrumental bem nítida, com um volume que nenhum instrumento se sobressai ao outro. A arte da capa é belíssima e deixa para o ouvinte a responsabilidade para a interpretar, afinal, tem muitos, muitos detalhes. Parte lírica muito bem escrita e que também pode ser deixada para o ouvinte a forma de a interpretar, mesmo que alguns temas tenham uma linha lírica mais triste e realista. Não diria que “Once And For All” é um álbum indicado para os amantes do Prog/Power Metal. É um álbum para quem gosta de música pesada, de qualidade... Para aqueles que não estreitam sua audição dentro do Heavy Metal.