“Paraiso Perdido” vem a ser o álbum de estreia do Harpago, lançamento oficialmente em 2020, nos formatos digital, CD e fita K-7. A versão que tenho é a em CD e começo a análise já pela capa. Simplesmente magnífica! O trabalho feito pelo artista Fernando JFL ficou num patamar altíssimo, nos dando uma bela “imagem de abertura”. Mas, como todos nós sabemos, um álbum não se limita, apenas, a sua arte de capa. Não se pode esquecer das demais peças, sendo a principal a parte musical. Antes desse primeiro álbum, o Harpago já havia feito diversos lançamentos, entre EPs e Splits, sempre seguindo uma linha sonora entre o Heavy e o Speed Metal, estilos que me agradam bastante, ainda mais quando cantados em português. Esse álbum mostra algumas diferenças com relação aos trabalhos anteriores. Não sei se foi o fato de o tipo de gravação ter mudado nesse primeiro álbum (achei-a mais abafada que nos trabalhos anteriores), aí fiquei com tal impressão. Mas, com relação à musicalidade, ela continua praticamente intacta. Claro, com a evolução natural dos músicos (e das mudanças destes ao decorrer da história da banda), sem a necessidade de mudanças drásticas no que já havia sendo feito. O álbum contém nove músicas, sendo que uma delas, “Fuego Cruzado”, é um cover para a obscura Retrosatan. A ‘pegada’, como já mencionei, é furiosa, pesada, rápida, transitando entre o Heavy e o Speed Metal. O início, com “Libertação”, já nos dar uma pequena ideia do que encontraremos em todo o álbum. Outro ponto a mencionar é relativo às letras. Uma boa métrica, muito bem escritas e trazendo sempre uma espécie de mensagem, mas sem qualquer vínculo panfletário. Esse álbum foi gravado por Caio Egds (guitarra), Cláudio Soares (baixo e vocal) e Guilherme Incitatus (bateria). E, voltando ao fator gravação, eu acho que ela poderia ter vindo um pouco mais ‘límpida’, mas nada que atrapalhe a performance de todos os músicos, seja nos riffs, nos solos, nas linhas de baixo (bem audíveis) e nas levadas de bateria, sempre bem certeiras, além de vocalizações quase graves, de fácil entendimento. “Paraíso Perdido” vai te fazer voltar, algumas vezes, ao passado, mas não diria que o Harpago é uma banda presa ao passado. Paradoxal? Escute o álbum e vai entender. De logo indico “Libertação”, “Gaiola Cerebral” e “Tempestade Demencial” (essa já vale só pelas linhas iniciais de baixo), como boas músicas a se entender o que é o som do Harpago.