SUNROAD
“Live at Roça N’ Roll Festival 2021”
Musik Records - Nac.
A estrada percorrida pela banda goiana Sunroad é bem longa e já comentei isso numa resenha de um lançamento anterior da banda, o álbum “Walking the Hemispheres” (confira a resenha aquihttp://www.recifemetallaw.com.br/index.php?link=materias&id=952&tipo=reviews_cds). Foram diversos álbuns lançados ao longo de sua carreira, que agora em 2023 completa 27 anos. Mas, mesmo com toda essa estrada, a banda nunca havia lançado um álbum ao vivo. Bem, não é um álbum ao vivo, de frente para o público, já que a gravação contida aqui foi retirada do festival ‘on line’ “Live at Roça N’ Roll”, tipo de evento que foi uma válvula de escape em tempos da maldita pandemia. A gravação tá muito boa. Mas se percebe que foi mantida a espontaneidade da banda, sem uso de artifícios de estúdio. Claramente se percebe que é uma gravação feita ao vivo. Esse material contém dez músicas, muito bem escolhidas. Digo bem escolhidas, pois o que ouvimos durante toda a sua execução são músicas de uma banda de Prog Metal, mas que, a bem da verdade, não se prende apenas a esse estilo. Escutamos muito do Hard Rock (aquele feito na década de 1970) e Heavy Metal. O uso dos teclados cria uma aura que também nos remete ao que fora feito por grandes nome do Rock da década de 1970, mas, claro, com o Sunroad imprimindo sua própria identidade nas músicas. E isso não é algo nada fácil, já que falamos de um estilo que pode soar datado. Eu, simplesmente, não me importo com isso. Eu me importo com o que é tocado, se é feito com ‘alma’ e ‘coração’. O importante é o ‘feeling’ que a música nos transmite. E é justamente isso o que encontramos nesse “ao vivo”. É um disco que soa bastante honesto nas dez músicas executadas. Como era de se esperar, o ‘set list’ desse ao vivo foi baseado no disco anterior da banda, o já mencionado “Walking the Hemispheres”. E é a faixa-título desse álbum que abre esse “Live at Roça N’ Roll Festival 2021”, com teclados no melhor estilo Hammond e baixo bem “na cara”, além de uma interpretação vocal muito forte. Algo que notei é que a banda se apegou, para esse lançamento, em músicas com uma pegada mais Hard n’Heavy. Algo que muito me agrada. Escolheram justamente temas mais contagiantes, como a já mencionada “Walking the Hemispheres”, “Silence Erupting Inside” e “Midwest Sand”, mais focadas no Hard Rock e Heavy Metal do que no Prog Metal. Nesse “ao vivo”, uma das músicas que mais me chamou a atenção foi “Master of Disaster” (oriunda do álbum “Carved in Time” de 2013), bem influenciada pelo AOR dos anos 80, e que poderia estar num filme de ação daquela década, onde o protagonista, dirigindo seu carro, com o som no talo, pensa em vingar seu falecido amigo (sim, estou falando de Rock IV). Os responsáveis por esse belíssimo disco “ao vivo”: Steph Honde (vocal, teclados), Netto Mello (guitarra), Van Alexandre (baixo) e Fred Mika (bateria). Se o leitor é fã de Rock Clássico, pode ir nesse material sem medo. Mas se gosta de um Hard Rock com o pé nos anos 70, pode ir sem medo, também. Mas se a sua praia for Heavy Metal ou até mesmo Prog Metal, escute esse disco sem qualquer temor.