TUATHA DE DANANN
“In Nomine Éireann”
Heavy Metal Rock - Nac.
Mostrando que o retorno foi realmente para ficar, o Tuatha de Danann não perdeu tempo (foi só um ano entre um disco e outro) e em 2020 lançou “In Nomine Éireann”, que, até o momento desta resenha, é o seu álbum mais recente. Se a banda considerou o material anterior, preliminarmente, um EP e só depois um álbum, esse “In Nomine Éireann” é realmente um full lenght. Ao todo são 11 músicas, contando com a faixa bônus “King”. Vale mencionar que esse álbum foi lançado no ano que teve início a maldita pandemia do Covid-19, e a banda, mostrando coragem, fez uma campanha para o lançar. Campanha essa que obteve total êxito e se materializou em mais um disco (de alta qualidade) da maior banda de Celtic/Folk Metal do Brasil. Algo que venho notando é que as capas dos discos do Tuatha de Danann estão numa linha mais “cinzenta”, “séria”, sem muitas cores vibrantes. As letras, apesar da temática celta, também procuram trazer alguma espécie de recado. A banda evoluiu no próprio estilo, sem precisar mudar sua musicalidade, assim como evoluiu na sua temática lírica, sem abandonar, propriamente, as suas raízes Folk ou de música celta. Isso não é algo fácil de se fazer. Esse disco, como mencionei, conta com 11 faixas, sendo que quatro delas são instrumentais. E quem é fã da banda vai notar que essas músicas instrumentais trazem boas surpresas. Além de introduzir músicas tradicionais irlandeses, numa roupagem Tuatha de Danann, também mostram versões instrumentais de músicas presentes na carreira da banda, lançadas em discos anteriores. O álbum traz, no encarte, além das letras, agradecimentos e ficha técnica, fotos do sexteto responsável pela sua gravação: Bruno Maia (vocal, guitarra, banjo, bouzouki, flautas), Giovani Gomes (baixo), Edgard Brito (teclados), Nathan Viana (violino), Raphael Wagner (guitarra) e Rafael Delfino (bateria). Sim, as participações especiais estão espalhadas por todo o disco, sejam nos instrumentos, sejam nas vozes. Isso é uma característica da banda e que faz com que a sua música seja única. Eu mencionei sobre a parte lírica. Temas como “Guns and Pikes” (uma das melhores músicas do álbum) e “The Calling”, por exemplo, seguem uma linha mais crítica, de se levantar e lutar. Mas, claro, há os “temas irlandeses” no disco, daquela música leve, festiva, tais como as instrumentais já mencionadas, “The Wind That Shakes the Barley” (com os belos vocais de Daísa Munhoz), “The Devil Drink Cider” e, principalmente “Molly Maguires”, com Bruno usando de vocais, ao lado de Keith Fay, que bem na fonte da música tradicional irlandesa. Música mais rápida, porém com forte influência celta. E, no álbum, ouvimos realmente músicas envoltas em instrumentos como viola, violino, flautas, teclados, bouzouki, que são os instrumentos que criam toda a magia da música do Tuatha de Danann. Mas, claro, com a banda sempre trazendo os instrumentos tradicionais do estilo: guitarra, baixo, bateria, os quais são essenciais para também carregar as músicas com o peso típico do Heavy Metal. Ao fim do disco, não sei se “In Nomine Éireann” é um disco de música irlandesa/celta que traz influência do Heavy Metal ou se ele é um disco de Heavy Metal carregado de influência celta/irlandesa. A única certeza que tenho é que esse disco exala Tuatha de Danann do início ao fim.
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