Para quem acompanha a banda pernambucana Carrasco desde o seu início, com a Demo “Massacre Bélico” (2006), passando pelo seu ‘debut’ álbum, “Armageddon” (2011), vai notar diversas mudanças nesse novo álbum do trio. A banda começou fazendo Thrash Metal, cantado em português, na Demo. Já no ‘debut’ abraçou o espanhol nas letras, e inseriu doses de Black/Speed Metal nos andamentos das músicas. E, depois de uma parada forçada de alguns anos em suas atividades, o Carrasco voltou a fazer músicas em português, mantendo a linha Blackned Speed Metal em sua musicalidade, só que agora mostrando uma banda mais madura, musicalmente, sem deixar de lado a ‘crueza’ que o estilo ‘old school’ feito por eles pede. Aliás, “Tormento Eterno” começou a ser gravado em 2014, com os vocais e solos de guitarras sendo gravados em 2020 e a masterização finalizada em 2021, que também foi o ano de lançamento do disco. A gravação vem num bom nível, mesmo feita em diversos estúdios em ‘home studios’. A inserção de solos de guitarras deu um “novo ar” à musicalidade da banda. A sonoridade do disco, como mencionei, vem calcada no Speed/Thrash/Black Metal, naquela veia do que fora feito por bandas como Sarcófago, Sepultura (lá no início) Vulcano, entre outros baluartes do estilo da ‘escola brasileira’ de se fazer esse tipo de som. É um disco intenso, da primeira a última música, com vocais cavernosos, guitarras bem presentes, linhas de baixo pulsando e bateria acompanhando “com raiva” tudo de perto. A temática lírica, envolvendo o obscuro, o caos, morte, desespero, vem bem escrita. Notei o cuidado com a escrita de tais letras, que são longas, mas que não perdem a métrica. Para quem diz que Metal em português não soa bem, basta escutar esse disco, e temas como “Tormento Eterno”, “O Feiticeiro”, “Cova” (com uma levada insana), “Sinos do Apocalipse”... A parte gráfica está muito bem cuidada, trazendo tudo que é informação, além de o CD ser apresentado em slipcase. Excelente retorno do Carrasco!