NECROPOLIS
“The Evil Never Dies”
Independente – Nac.
O cenário Underground paraibano sempre nos apresentou grandes nomes, no que se diz respeito à música extrema. Inclusive alguns surgidos nos primórdios, quando o Heavy Metal engatinhava naquele Estado. Exemplos não faltam: Mortífera, Nephastus, Stomachal Corrosion, para citar apenas três. E, advinda da capital do Estado, temos a Necropolis, que surgiu no final de 1985, gravou uma Demo em 1986 e depois parou suas atividades. Finalmente, depois de quase três décadas parada, a banda ressurge com um novo trabalho, o EP “The Evil Never Dies”, que conta com apenas três músicas próprias, mas que transborda o Thrash Metal ‘old school’ adormecido da banda. Linhas de baixo começam a sinistra instrumental “Seeds of Death”, uma música mais que apropriada para dar início a um material tão importante. Ao ouvir o EP, parece mesmo que a banda estava adormecida, já que o que pode ser ouvido aqui é uma sonzeira gravada em 2015, mas soando como se estivéssemos em 1985. Agressivo, mas sem deixar as partes marcadas de lado. Vocais que se casam em perfeição com o estilo adotado. Nada de melodias bonitinhas, mas, também, nada de agressividade gratuita, chegando a lembrar o que Mille Petroza fazia no início do Kreator. E o que falar da rifferama e solos desenfreados? Na bateria correta, detonando tudo na porrada? No baixo, ali, presente, pulsando o tempo todo? Na verdade, apenas a instrumental é uma música nova, já que as insanas “Legion of the Living Deads” e “Necrovomit” fazem parte da primeira Demo do Necropolis. E parece que as músicas foram gravadas ao vivo, devido à urgência que encontramos em ambas. O EP ainda traz dois covers: “Histeria”, da conterrânea Stomachal Corrosion, e “Under the Guillotine” do Kreator. O bônus vem com nada mais, nada menos, que a Demo “Insane Mutilation” e suas sete faixas, incluindo aí um violento cover de “Sacrifice” do Bathory. As gravações do EP foram feitas no Harrison Studio, e estão num nível que todo ‘banger old school’ procura. Não soa tosco, mas também não soa límpido. Deixou a integridade da banda intacta. Obviamente que o bônus vem com uma gravação abaixo do que ouvimos no EP, mas é uma viagem no tempo e está bem audível. Encarte bem informativo, apenas não trazendo as letras. E pena que o meu CD não tenha vindo silkado. A formação que gravou o EP foi Óliver Hellfire (vocal), Vladimir Negromonte (baixo), Ricardo Almeida (guitarra) e o baterista convidado George Medeiros (responsável, também, pela produção do EP, juntamente com a banda). Ouça, bata cabeça, agite, volte no tempo... Faça isso tudo ouvindo “The Evil Never Dies”!